Reeducando através das plantas : um estudo do cultivo de hortaliças na penitenciária feminina de Abreu e Lima - PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MORAIS, João Bosco Pereira de
Orientador(a): GOMES, Bruno Severo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39078
Resumo: O estado de uma pessoa em privação de liberdade lhe apresenta muitas vezes cenários desestimulantes para a construção de uma perspectiva de recomeço. Contudo, a natureza sempre surpreendente, explorada através de práticas educativas, tem a capacidade de mostrar a vida, onde não se enxerga um novo horizonte. Através do cultivo de uma horta escolar, muitas transformações puderam ser vivenciadas pelas reeducandas participantes do estudo. Esta pesquisa tem como objetivo, contribuir na reeducação de alunas da Educação de Jovens e Adultos de nível fundamental e médio, por meio do cultivo de uma horta escolar numa Penitenciária Feminina do Estado de Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, dentro do formato de uma pesquisa-ação. Participaram da pesquisa 48 reeducandas e 07 professores de 4 escolas prisionais, o primeiro grupo foi o público-alvo do estudo e o segundo grupo foram professores que avaliaram o produto. O estudo possibilitou o desenvolvimento de uma Cartilha. O cultivo de uma horta escolar como abordagem das práticas educativas, apresentou resultados de grande ressignificação para as reeducandas como o desejo de continuar seus estudos, especificamente das mulheres mais jovens, melhoria no convívio carcerário, disciplina escolar, senso de responsabilidade, reconquista da autoconfiança, resgate da autoestima e reconhecimento da sua dignidade. A pesquisa proporcionou não apenas um estímulo ao aprendizado através do cultivo da horta escolar, mas também, um novo olhar sobre si mesmas (reeducandas), sobre o seu entorno e sobre a vida, de modo que as transformações ainda ocorreram dentro de uma realidade pouco provável. Como exemplo dessas transformações, três, das dezesseis reeducandas que saíram, foram contratadas como jardineiras, pois além da segurança, a ressocialização também ganha destaque nesses fatos. Atualmente trabalham em empresas privadas, cultivando jardins e sonhos para seu futuro.