Desenvolvimento de sistemas de dispersões sólidas para liberação pH dependente do tamoxifeno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Dayanne Tomaz Casimiro da
Orientador(a): SOARES SOBRINHO, José Lamartine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18371
Resumo: O Tamoxifeno (TMX) utilizado no tratamento do câncer de mama, apresenta diversas desvantagens, elevada toxicidade, baixa solubilidade e precipitação no ambiente gástrico na forma de sal com aumento do risco de ocorrência de câncer de estômago. Os sistemas de dispersões sólidas (DS) têm sido utilizados com polímeros comerciais, Eudragit®, para liberação controlada e em determinados pH. Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver sistemas de dispersões sólidas para liberação pH dependente do tamoxifeno. Utilizou-se os polímeros Eudragit® RL 100, Eudragit® L 100 e TMX, pelo método de evaporação do solvente, obtendo DS10%, 20%, 30%, 40%, 50% e 60%, mistura física MF30% e dispersões binárias (DS binária) sem fármaco. A difração de Raios-X (DRX) mostrou amorfização das dispersões formadas nas proporções de 10%, 20%, 30%, 40%, 50% e 60%. Na MF30% foi constatada a cristalinidade do fármaco. Na análise térmica através das curvas (TG), foi observada aumento da temperatura de decomposição da DS binária. No DSC, para a MF30% foi observado o pico de fusão e as etapas de decomposição do fármaco. Já nas DS10%, DS20% e DS30% observou-se ausência desses picos. Para a DS binária a temperatura de transição vítrea (Tg) se assemelhou a Tg do Eudragit® L 100, aumentando estabilidade das DS. Na espectroscopia de Infravermelho (FTIR) foi verificado interações polímero-polímero através da diminuição e alargamento das bandas de 2601 cm-¹, atribuído ao grupamento livre do ácido carboxílico do Eudragit® L 100. Observou interação fármaco-polímero com ausência dos picos característicos do fármaco nas regiões de 1588 cm-¹, referente ao amônio quaternário, nas DS 10% e DS 20%, e diminuição da intensidade das bandas na DS 30%. Assim com o alargamento de banda das regiões 2601cm-1 do Eudragit® L100, sugerindo a interação do fármaco nessa região. A Microscopia Eletrônica de Varredura exibiu diferenças significativas nas dispersões sólidas DS30% e MF 30%. Para os testes de solubilidade nos meios pH 1,2 e 7,4 a solubilidade do TMX aumentou com a diminuição do pH já com adição de Tween80 no meio pH 7,4 a solubilidade do fármaco aumentou em até 26 vezes a concentração, melhorando a solubilidade do TMX nesse meio. As condições designadas na USP para formulação gastrorresistentes (pH 1,2) foram satisfatórias para as DS10% e DS20%. Porém, para DS30% a condição não foi alcançada devido a mudanças da permeabilidade do polímero, pela formação de iPECS. No pH 7,4 + Tween80 (0,4% p/v) houve controle na liberação do fármaco com aumento de solubilidade de até 200% para DS20% e Ds30%. Portanto, pode-se concluir que o método empregado foi eficaz na obtenção das dispersões com aumento da estabilidade do fármaco nos sistemas formados, atendendo as diretrizes da USP para formulações gastrorresistentes e liberando de forma modificada o fármaco no pH 7,4, com incremento solubilidade. Sendo um promissor sistema para futuras modificações e estudos.