Representações sociais da gestação entre homens trans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: PEREIRA, Danilo Martins Roque
Orientador(a): ARAÚJO, Ednaldo Cavalcante de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46255
Resumo: A gestação é concebida pela sociedade ocidental como uma possibilidade “improvável” para o “homem trans”, visto que se trata de pessoas constituídas pela ideia de “abjeção”, promovendo uma “esterilidade ou castração simbólica” compreendida como um processo de negação do direito a escolha de quando e como engravidar ou exercer a sua parentalidade. Objetivou-se com este estudo conhecer os significados e experiências da gestação entre homens trans, por meio de estudo qualitativo, descritivo e exploratório, ancorado pela Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e seguidores, com sete homens trans gestantes ou que vivenciaram a gestação, selecionados por conveniência e disponibilidade, definindo-se a amostragem pelo critério de saturação teórica, vinculados às instituições de referência para a população LGBT: Aliança Nacional LGBTI+, Ambulatório LGBT Patrícia Gomes (Recife – PE, Brasil) e Coordenação de Atenção Integral à Saúde LGBT do Estado de Pernambuco (SES/PE). A produção de dados empíricos ocorreu de setembro a outubro de 2021, pela plataforma Google Meet, a partir de entrevistas on-line com roteiro semiestruturado, após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE: 47777421.0.0000.5208). A análise textual lexicográfica das entrevistas transcritas e validadas pelos participantes foi pelo método Reinert de classificação de segmentos de texto e instrumentalizada pelo software IRAMUTEQ versão 7.0. O corpus de análise foi composto por sete textos, submetidos à análise por obtenção da Classificação Hierárquica Descendente, com 92,75% de aproveitamento, gerando 4 classes e nomeadas à luz da Teoria das Representações Sociais. A Classe 1 foi denominada “Descoberta da gestação e suas implicações”, a Classe 2 “Relações familiares, solidão e falta de apoio”; a Classe 3 “Sentidos e experiências durante a assistência à saúde” e a classe 4 “Modificações corpóreas e estratégias de ocultação da gestação”. As representações sociais da gestação entre homens trans envolveram um amplo campo de significados, em que foram articulados seus esforços em “aceitar” a gravidez oportuna, o estabelecimento de relações familiares constituídas por uma afirmação social deste “corpo grávido masculino”, gestação como “experiência solitária”, medo do processo de parturição e influência das mudanças físicas e emocionais proporcionadas pela gravidez.