Estrutura crustal e relações tectono-magmáticas da Bacia de Pernambuco através do processamento e modelagem de dados magnéticos, gravimétricos e sísmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MAGALHÃES, José Ricardo Gonçalves
Orientador(a): CORREIA, Paulo Barros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36160
Resumo: A Bacia de Pernambuco (BPE) está localizada na margem leste do Nordeste do Brasil e abrange uma área de 20.800 km². A configuração do embasamento cristalino da (BPE) engloba unidades litoestratigráficas e zonas de cisalhamento pertencentes a porção oriental do domínio sul da Província Borborema, formadas pela aglutinação de terrenos Proterozoicos durante o Ciclo Brasiliano. Os objetivos deste estudo incluem o mapeamento da estrutura crustal e a investigação das propriedades físicas (densidade e susceptibilidade magnética) dos domínios crustais da (BPE). Considerando que a região representa uma proeminente área de nova fronteira exploratória do setor de óleo e gás da costa brasileira, considerações acerca do potencial petrolífero também serão analisadas. Dados gravimétricos, magnéticos, topográficos/batimétricos e sísmicos foram processados e utilizados nesta pesquisa. Os mapas geofísicos permitiram identificar três setores crustais: setor A (domínio proximal); setor B (domínios de necking e distal); setor C (crosta oceânica). Os resultados da aplicação de filtros direcionais e da deconvolução de Euler dos dados gravimétricos e magnéticos indicaram o delineamento dos domínios geofísicos e a obtenção das orientações das estruturas geológicas do embasamento (zonas de cisalhamento com direção principal (ENE-WSW)) e da bacia (falhas normais e de transferência com direções NNE-SSW e NW-SE, respectivamente). A modelagem direta 2D dos dados magnéticos e gravimétricos aliada à interpretação sísmica e às estimativas das profundidades do embasamento magnético permitiram 1) definir as espessuras crustais e a distribuição lateral dos elementos arquiteturais dos blocos crustais do embasamento, 2) avaliar as variações das espessuras da cobertura sedimentar e 3) calcular as densidades e susceptibilidades magnéticas dos blocos crustais do embasamento da BPE. No caso (1) para os domínios continentais as espessuras crustais e a extensão lateral variaram para o domínio proximal (entre 27 e 23,5 km, e 45 km), domínio de necking (23,5 a 10 km, e 90 km) e domínio distal (menor que 10 km até 8,5 km, e 40 km). No domínio proximal, a espessura sedimentar (2) variou entre 3 e 4 km, enquanto que para os domínios de necking e distal essas variaram entre 2 e 6 km. As densidades e susceptibilidades magnéticas (3) oscilaram entre 2,76 e 2,83 g/cm³, e -0,003 a 0,009 SI para o domínio proximal, entre 2,6 e 2,9 g/cm³ e -0,004 a 0,065 SI para os domínios de necking e distal. O limite máximo da crosta continental-oceânica (COB) está localizado a aproximadamente 180 km a leste da atual linha de costa. A correlação da interpretação dos dados com a atual visão da arquitetura de margens rifteadas demonstram que esta área apresenta fortes similaridades com margens do tipo intermediárias, devido as relações das assinaturas dos dados geofísicos com aspectos tectono-magmáticos associados ao processo de distensão litosférica. A analogia com a gênese dos altos estruturais desenvolvidos na porção distal da Bacia de Santos faz com que a Bacia de Pernambuco apresente um potencial exploratório significativo.