Variação linguística: o que pensam e fazem os professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: da Rocha Cordeiro, Dilian
Orientador(a): Gomes de Morais, Artur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4693
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi investigar como professores do ensino fundamental têm se apropriado das novas pesquisas na área da lingüística e da sociolingüística, relativas ao tema variação lingüística , a fim de examinar como o têm tratado na escola. Nossos informantes foram professoras da rede pública municipal do Recife, que atuavam na 1ª série do 1º ciclo (alfabetização) e na 2ª série do 2º ciclo (antiga 4ª série) e que tinham formação superior em letras e pedagogia. Utilizamos como instrumento de investigação a entrevista semi-estruturada, a qual foi realizada em duas etapas: inicialmente formulávamos às docentes perguntas sobre suas concepções de língua, objetivos de ensino, entendimento sobre variação lingüística, etc. Em um segundo momento, apresentávamos situações-problema que poderiam ocorrer em suas salas de aula e solicitávamos que opinassem sobre a situação e dissessem como agiriam, caso fossem a mestra da turma. Os dados foram tratados com procedimentos sistemáticos da análise de conteúdo (Bardin,1977). Constatamos que o conhecimento docente acerca da variação lingüística ainda se revelava impreciso e superficial. As professoras demonstravam ter tido acesso a certas noções sociolingüísticas que vêm sendo discutidas na academia e às recentes prescrições para um ensino de língua que respeite as variedades populares. Porém, este conhecimento não se mostrou capaz de modificar velhas práticas e conceitos e permanecia uma visão homogênea da língua. Poucas professoras faziam referência a um confronto entre variedades dialetais como um meio para o ensino de diferentesformas de falar, considerando os níveis de formalismo adequados aos contextos comunicativos. Por outro lado, pudemos verificar que a proposta curricular da rede municipal e o livro didático pouco ajudavam as docentes a realizar um ensino que considere a variação lingüística de maneira abrangente e efetiva. Por fim, não verificamos diferenças marcantes nas concepções e práticas das mestras em função dos cursos de formação inicial e constatamos que as oportunidades de formação continuada também tinham contribuído pouco para um ensino que vise ao desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos de meio popular