O caminhar de uma equipe de terapia intensiva neonatal por uma prática reflexiva no manejo da dor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: AYMAR, Carmen Lúcia Guimarães de
Orientador(a): COUTINHO, Sônia Bechara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13374
Resumo: Uma harmonia entre cuidado e práxis configura-se atualmente como um grande desafio, especialmente na saúde, área que possui a prerrogativa de aliviar a dor e o sofrimento humano. Entretanto, os resultados de alguns estudos ainda demonstram uma lacuna entre o conhecimento científico a respeito da dor e a utilização de métodos para sua avaliação e minimização, principalmente no período neonatal. A garantia da humanização da assistência aliada à educação permanente pode ser considerada como uma estratégia para uma prática reflexiva alcançando a transformação necessária. Dessa forma, delineou-se a presente pesquisa com o objetivo de avaliar a efetividade de uma ação educativa sobre o manejo da dor em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Foi realizado um estudo de intervenção, na modalidade da pesquisa-ação, com avaliação da efetividade, do tipo antes e depois, desenvolvido em três etapas. Na 1ª Etapa, com 70 participantes, foram realizados dois estudos: um quantitativo do tipo transversal e um qualitativo para conhecer, a partir da perspectiva dos profissionais de saúde, os fatores que interferem na prática no manejo da dor neonatal. A 2ª Etapa, intervenção, foi desenvolvida através de um Grupo Operativo (GO), que após identificar os pricipais fatores que interferem no manejo da dor na unidade, definiu como estratégias para transformação da realidade, a elaboração de um protocolo específico e ações educativas para os profissionais. Na 3ª etapa, com 60 participantes, verificou-se a efetividade da intervenção, através de estudos quantitativo e qualitativo. A participação na capacitação foi referida por 84,8% dos profissionais de nível superior e 85,2% de nível médio e referiram alguma mudança na prática do manejo da dor na unidade 84,9% e 70,4%, respectivamente. Os profissionais dos níveis superior e médio referiram a utilização de escalas para avaliação da dor com frequências de 93,9% e 74,1%, respectivamente, além da utilização de métodos para seu alívio na maioria dos procedimentos pesquisados. A participação na capacitação instrumentalizou-os para uma avaliação crítica do serviço, evidenciando um resultado positivo da intervenção. Para os componentes qualitativos, optou-se pela análise do discurso do sujeito coletivo, onde observou-se que as ideias centrais (IC) foram coerentes nas 1ª e 3ª fases da pesquisa: organização do serviço, educação permanente em saúde, prática reflexiva e assistência integral. Essas IC coincidiram também com os pontos chaves apontados pelo GO evidenciando que o grupo foi representativo do universo de profissionais da unidade e conseguiu retratar com propriedade a realidade do serviço. Assim, foi possível desenvolver estratégias que tiveram maior chance de obter um resultado positivo. Um processo de mudança foi iniciado e os sujeitos envolvidos comprovaram ser possível transformar a realidade quando a isso se propõem. Essa intervenção foi bem sucedida e, com mobilização contínua sob a forma de educação permanente e adequação da estrutura do serviço, as transformações alcançadas serão mantidas e os pontos que ainda necessitam de atenção serão objeto de reflexão-ação dos sujeitos envolvidos. Considera-se interessante repetir a avaliação após um período mais longo de observação, com o objetivo de verificar se transformações mais significativas necessitariam de mais tempo para sua efetivação.