Efeito dos HPAs sobre a meiofauna estuarina, em áreas com diferentes graus de urbanização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Renan Belém da
Orientador(a): ESTEVES, André Morgado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49590
Resumo: Dentre os ambientes naturais, os estuários são um dos mais influenciados pelas ações humanas. Muitas vezes inseridos em áreas urbanizadas, a poluição acaba por se depositar em seus sedimentos, causando distúrbios da fauna estuarina. Um dos poluentes comumente encontrados nestes ambientes são os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), classificados como ubíquos, podem ser divididos como petrogênicos ou pirogênicos. Enquanto os petrogênicos são provenientes do óleo bruto e seus derivados, os pirogênicos surgem a partir da queima e refinamento de petróleo. Estes últimos são mais carcinogênicos, mutagênicos e, consequentemente, deletérios para organismos e conservação marinha. A partir disto, a pesquisa em questão investigou três estuários da costa pernambucana com diferentes níveis de urbanização e poluição por HPAs com o intuito de avaliar como estes compostos e fatores ambientais afetam a distribuição, estrutura e diversidade da Meiofauna e Nematofauna. Estes organismos invertebrados intersticiais, há muito são utilizados como ferramenta para detectar mudanças ecológicas, além disto com o refinamento taxonômico nas assembleias de Nematódeos é possível avaliar a funcionalidade ecossistêmica. Como resultado, tanto a Meiofauna quanto a Nematofauna do estuário de referência mostraram-se mais diversas, mais equitativas e com riqueza superior, em comparação com os registros nas áreas mais urbanizadas e, consequentemente, mais poluídas. Com relação a funcionalidade, os resultados da área de referência evidenciaram um ambiente com maior maturidade ecologia, havendo a dominância de organismos mais sensíveis e persistentes, já os ambientes urbanizados apresentaram organismos mais colonizadores e que se alimentam de bactéria, que é um indício claro de estresse ambiental. Dentre as variáveis ambientais, a poluição por HPAs, o teor da matéria orgânica e a acidificação nos estuários foram as que mais influenciaram a Meiofauna e a Nematofauna. Tais variáveis podem ser agravadas por ações humanas, como o lançamento de esgoto não tratado que enriquece e acidifica as águas, assim como o lançamento de efluentes industriais que são fontes diretas de HPAs. A utilização do EcoQ se mostrou uma boa ferramenta para analisar a qualidade ambiental e coincidiu com os resultados observados nos índices ecológicos. Apesar disto, nossos resultados evidenciaram que para a meiofauna o EcoQ pode ser mais fiel quando atrelado à equitabilidade nas amostras, já para a Nematofauna foi ressaltado que alguns parâmetros de avaliação podem ser atualizados para não causar dualidades no resultado.