Julgamento social sobre o tráfico de drogas e suas relações com a empatia e valores humanos de adolescentes em conflito com a lei

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MONTE, Franciela Félix de Carvalho
Orientador(a): ROAZZI, Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18433
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo central compreender como o Julgamento Social acerca do tráfico se relaciona com os domínios morais, convencionais e pessoais do Julgamento Social, bem como com as variáveis Empatia e Valores Humanos em adolescentes. 90 adolescentes do sexo masculino, com idades variando entre 12 e 17 participaram deste estudo. O Grupo I (n = 30) foi composto por adolescentes que cometeram tráfico de drogas, o Grupo II (n = 30) por adolescentes que cometeram roubo e o grupo III (n = 30) por adolescentes que não cometeram ato infracional. Além de responderem a um questionário socioeconômico, os participantes foram submetidos à técnica de associação livre para o estímulo “tráfico de drogas” e responderam a oito situações-problemas envolvendo os três domínios do julgamento social, além do tráfico de drogas (vender maconha e vender crack). Além disso, fizeram classificações sobre gravidade e punição para 16 comportamentos da “Avaliação de Comportamentos na Escola” (ACE) e responderam o Questionário de Valores Básicos (QVB) e a Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal (EMRI). Os resultados demonstraram que na associação livre, o grupo I priorizou termos relacionados às consequências positivas do tráfico de drogas e o grupo III às consequências negativas e à violência relacionada ao tráfico. Ademais, os grupos II e III tenderam a classificar a comercialização de drogas como questão pertencente ao domínio moral, enquanto o grupo I tendeu a classificá-la como convencional. Enquanto os valores pessoais estiveram relacionados ao cometimento de tráfico de drogas, os valores sociais foram mais intensamente valorizados pelos participantes do grupo III, os quais também obtiveram maiores níveis gerais de empatia. Ademais, constata-se que os valores pessoais e a dificuldade de se colocar cognitivamente na perspectiva do outro são importantes variáveis explicativas do tráfico de drogas cometido pelo adolescente. Em suma, os resultados sugerem que adolescentes que cometem tráfico de drogas diferem qualitativamente quanto ao julgamento social acerca desta atividade, percebendo-a como menos promotora de prejuízos aos outros e com menor gravidade, quando comparados aos outros dois grupos. Neste sentido, compreende-se que este estudo contribui com o campo de estudos sobre o engajamento em comportamentos infracionais na adolescência e suas relações com o desenvolvimento sociocognitivo. Além disso, considera-se que os resultados podem colaborar com o desenvolvimento de metodologias de intervenção no campo da Educação Moral, a partir de uma abordagem mais ampla sobre o julgamento social que os próprios indivíduos fazem a respeito do comportamento infracional, mais especificamente o envolvimento com o tráfico de droga.