Phoradendron mucronatum (DC.) Krug & Urb. E Phoradendron microphyllum (Pohl ex DC.) Trel.: Componentes químicos e bioatividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: BASTOS, Isla Vanessa Gomes Alves
Orientador(a): MELO, Sebastião José de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23799
Resumo: O gênero Phoradendron Nutt. compreende um grande número de espécies hemiparasitas conhecidas popularmente como ervas-de-passarinho. A medicina popular atribui a este gênero algumas propriedades farmacológicas como: cicatrizante, analgésica e anticancerígena. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar um estudo fitoquimico e biológico dos extratos das folhas de Phoradendron microphyllum e Phoradendron mucronatum. Os constituintes químicos dos extratos obtidos por maceração em hexano, diclorometano, clorofórmio e acetato de etila foram analisados por CG/EM. A atividade citotóxica desses extratos foi avaliada utilizando as linhagens celulares HEp-2, NCI-H292, MCF-7. Além desses, foram realizados estudos com os extratos metanólicos das folhas de ambas as espécies. O perfil fitoquímico foi analisado por cromatografia em camada delgada, com diferentes fases móveis e reveladores. O conteúdo de fenóis totais foi determinado pelo método de Folin-Ciocalteu; o teor de flavonóides totais pelo complexo formado entre o flavonóide e o alumínio reagente; o teor de taninos pela precipitação com caseína e a atividade antioxidante pelo método de sequestro do radical DPPH. Para avaliação do potencial hemolítico foram usados eritrócitos de camundongos Swiss (Mus musculus) e nos ensaios de citotoxicidade foram utilizadas as linhagens celulares HEp-2, NCI-H292, MCF-7. A atividade antimicrobiana foi realizada pelo método de difusão em Ágar. Para determinação da toxicidade aguda foram utilizados camundongos Swiss, aos quais foram administrados uma dose de 2.000 mg/kg por via oral. A atividade anti-inflamatória foi analisada pelos métodos de bolsão de ar subcutâneo e permeabilidade vascular induzida por ácido acético. O potencial cicatrizante dos extratos em feridas cutâneas foi realizado em ratos Wistar (Rattus norvegicus) por meio de avaliações histológicas. A análise por CG/EM dos extratos das folhas de P. microphyllum e P. mucronatum, possibilitou detectar 51 constituintes de diferentes classes de compostos e apresentaram atividade citotóxica frente as três linhagens testadas. No extrato metanólico das folhas, o perfil fitoquímico evidenciou: açucares redutores, flavonóides, alcalóides, triterpenos/esteróides, monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos, proantocianidinas e leucoantocianidina. O conteúdo fenólico total dos extratos metanólicos das folhas de P. microphyllum e P. mucronatum foi 479,64 ± 44,07 e 139,42 ± 10,78 mg equivalente de ácido tânico/g dos extratos, respectivamente. O extrato metanólico de P. mucronatum apresentou atividade antioxidante. Os extratos metanólicos se mostraram inativos frente à hemólise das hemácias e apresentaram atividade citotóxica frente à linhagem HEp-2. Não foi evidenciada atividade bacteriana frente às linhagens testadas, exceto para o fungo Candida albicans. No ensaio de toxicidade aguda, os animais apresentaram algumas reações tóxicas, porém não letais na dose administrada. Os extratos metanólicos reduziram a migração celular assim como inibiram o aumento da permeabilidade vascular em camundongos com o tratamento por via oral. O creme contendo os extratos metanólicos das folhas de P. mucronatum e P. microphyllum apresentou efeito cicatrizante, reduzindo a área de contração da ferida. Os resultados obtidos mostram que P. microphyllum e P. mucronatum podem ser uma fonte de metabólitos secundários além de apresentar atividades biológicas significativas. No entanto, estudos posteriores serão necessários para isolar e identificar os principais constituintes químicos assim como os possíveis mecanismos de ação envolvidos nas atividades.