Tratamento de lixiviados de aterros sanitários por coagulação e adsorção em conchas calcinadas de bivalves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: NORONHA, Patrícia Maria de Souza Paulino
Orientador(a): SOBRINHO, Maurício de Motta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17811
Resumo: Toda atividade humana é por natureza geradora de resíduos, sejam sólidos, líquidos ou gasosos e estes devem ser gerenciados corretamente, para minimizar os custos e reduzir o potencial de geração de problemas sanitários e ambientais em comunidades. No Brasil, são produzidos anualmente cerca de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, dos quais 6,4 milhões deixam de ser coletados e, por consequência, tiveram destino impróprio. Uma maneira apropriada para disposição desses resíduos são os aterros sanitários. A geração de lixiviados constitui-se na principal preocupação quanto à degradação ambiental de áreas localizadas próximas ao local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos (RSU), uma vez que o tratamento desses efluentes tem se mostrado um grande desafio. Diante dessas questões, observou-se que para obter uma remoção de poluentes satisfatória, se faz necessário uma combinação de tratamentos físico-químicos devido à complexidade e o alto grau de poluição desse efluente. Neste trabalho foi utilizada a combinação das técnicas de coagulação/floculação e adsorção para o tratamento do lixiviado e posteriormente, realizado um estudo da geração de biogás do efluente. Inicialmente o lixiviado foi coletado do Aterro de Resíduos Sólidos da Muribeca-PE, e pré-tratado pelo processo de coagulação/floculação utilizando hidróxido de cálcio (cal comercial de São Paulo) como coagulante, nas condições já otimizadas por estudos realizados anteriormente. Após o lixiviado ter sido pré-tratado, foi submetido ao processo de adsorção com o intuito principal de remover as substancias húmicas (responsável pela cor do lixiviado) através do uso de resíduo do cultivo de ostras e mariscos como adsorventes, os quais foram comparados como o carvão ativado pulverizado. Os experimentos de adsorção foram realizados em batelada utilizando as melhores condições encontradas através da técnica de planejamento experimental fatorial: adsorvente com granulometria de 100 Mesh calcinado a 1000 °C durante 30 minutos e processo adsortivo a temperatura ambiente, com 3 g de adsorvente, sob de 300 rpm. A observação do comportamento cinético da adsorção da cor do lixiviado (substâncias húmicas) sobre as conchas de ostra e marisco resultou na determinação do tempo de equilíbrio que foi entre 40 e 50 minutos, todavia, para garantir o equilíbrio e a uniformidade dos ensaios foi utilizado o tempo de 60 minutos. As isotermas de adsorção se ajustaram ao modelo de Langmuir e capacidade máxima de adsorção foi de 45,45 Hazen.L/g para ostra. O pH do lixiviado que era de 8,7 passou a ser após a combinação de tratamento 12,55. A combinação dos processos de tratamento em questão foi bastante eficiente em diversos aspectos, obtendo uma redução de aproximadamente 95% da DBO, 40% da DQO, 70% e 80% da cor do lixiviado para ostra e marisco respectivamente. Mostrando que na técnica de adsorção as conchas da ostra e marisco são bons adsorventes para redução dos poluentes potenciais..