Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Ana Patrícia Silva de |
Orientador(a): |
Paiva, Patrícia Maria Guedes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12689
|
Resumo: |
Sementes de Moringa oleifera possuem elevado conteúdo de óleo (27–40%), o qual é utilizado na produção de biocombustível. A torta de sementes corresponde ao material residual obtido após o processo de extração do óleo. As sementes de moringa contêm as lectinas WSMoL (do inglês water-soluble M. oleifera lectin) e cMoL (do inglês coagulant M. oleifera lectin). WSMoL possui atividade larvicida (CL50 de 0,197 mg/mL) contra Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue. Diferentemente, cMoL não possui ação larvicida. O presente trabalho descreve a torta de moringa obtida após extração do óleo com solvente orgânico como fonte de lectinas e outros compostos com efeitos deletérios sobre larvas de A. aegypti. A torta foi obtida após extração do óleo das sementes de moringa com n-hexano durante 6 h, utilizando extrator do tipo Soxhlet. Suspensões aquosas à base da torta (CS, do inglês cake suspensions) foram obtidas a partir da adição de 0,2, 0,6, 1,2 ou 3,0 g do pó da torta a água destilada (1 L), seguida de rápida agitação manual por 3 min, repouso por 30 min e filtração em papel de filtro. As suspensões foram avaliadas quanto à atividade hemaglutinante, concentração de proteínas e efeito sobre o desenvolvimento larval. Para purificação de lectinas, extrato aquoso foi obtido através da homogeneização do pó da torta (10 g) em água destilada (100 mL) por 16 h a 4 °C, seguida de centrifugação (9.000 g, 15 min). O extrato foi tratado com sulfato de amônio a 60% e a fração de proteínas precipitadas, enriquecida em lectinas, foi dialisada contra NaCl 0,15 M e cromatografada em coluna de quitina equilibrada com NaCl 0,15 M. As proteínas adsorvidas na coluna foram eluídas com ácido acético 1,0 M e, após diálise contra água destilada, as frações que apresentaram atividade hemaglutinante foram reunidas (MoCL, M. oleifera cake lectins). MoCL foi avaliada quanto ao perfil eletroforético em SDS-PAGE e inibição da atividade hemaglutinante por carboidratos e glicoproteínas. Atividade larvicida do extrato de torta, fração enriquecida em lectinas e MoCL foi avaliada contra larvas de A. aegypti no quarto estágio. As suspensões à base da torta promoveram atraso no desenvolvimento larval. Dentre as larvas incubadas com CS1,2 e CS3,0, 50% e 60% não ultrapassaram o segundo estágio, respectivamente. Nenhuma das suspensões apresentou atividade hemaglutinante nem causou mortalidade das larvas. O extrato de torta e a fração enriquecida em lectinas apresentaram atividade hemaglutinante específica de 26,2 e 39,5, revelando que lectinas de sementes de moringa resistiram ao tratamento com n-hexano. MoCL apresentou atividade hemaglutinante específica de 93.622 (fator de purificação: 3.573) e três bandas polipeptídicas em SDS-PAGE de massas moleculares 10, 15 e 27 kDa. Esses resultados sugerem que MoCL consiste em uma mistura de WSMoL (que se apresenta com polipeptídeos de 10 e 15 kDa em SDS-PAGE) e cMoL (um polipeptídeo de 26,5 kDa em SDS-PAGE). Atividade hemaglutinante de MoCL foi inibida pelos monossacarídeos frutose, glicose, manose, galactose e N-acetilglicosamina, bem como pelas glicoproteínas asialofetuína, caseína e tiroglobulina. Extrato, fração e MoCL apresentaram atividade larvicida, com CL50 de 2,98, 0,95 e 0,89 mg/mL de proteínas, respectivamente. MoCL foi menos ativa que WSMoL obtida a partir de sementes inteiras, provavelmente devido à presença de cMoL na preparação. Em conclusão, torta de sementes de M. oleifera contém lectinas com ação larvicida e compostos capazes de atrasar o desenvolvimento de larvas de A. aegypti. Os resultados obtidos no presente trabalho agregam novos valores à torta de moringa como recurso biotecnológico, bem como a toda a cadeia de produção de biocombustível a partir da moringa. |