Análise molecular de mitocôndrias de células imunes em pacientes crônicos pós infecção por chikungunya sob efeito de treinamento físico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Wellington de Almeida
Orientador(a): FERNANDES, Mariana Pinheiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41288
Resumo: A febre Chikungunya é uma doença que causou grandes danos a população brasileira nos anos de 2015 e 2016 e até hoje uma parcela dessa população sofre com dores articulares crônicas decorrentes dessa doença. A dor articular em casos de Chikungunya não tem tratamento; porém ela é similar aquelas causadas na artrite reumatoide e para esta última o exercício físico vem sendo empregado na melhoria dos danos articulares. O exercício físico é capaz de modular o metabolismo oxidativo e atuar na melhoria de quadros inflamatórios diminuindo inflamações de cunho articular. Dessa forma, esse trabalho avaliou os efeitos da infecção pelo CHIKV, sobre a expressão de genes relacionados à bioenergética, dinâmica mitocondrial e enzimas antioxidantes de células linfo mononucleares (PBMC) de pacientes submetidos a um treinamento físico e realizar uma revisão sistemática. Foram selecionadas as plataformas: Medline, SCOPUS, COCHRANE e Web of Science. Foram usados os descritores/Mesh: Arbovirus, arboviroses, infecções por arbovirus, mitocôndria, estresse oxidativo e espécies reativas de oxigênio. Os dados foram descritos em tabelas e escrito pelas diretrizes do PRISMA. Em relação as PBMC, o sangue foi coletado de pacientes do sexo feminino (n=42) e centrifugado para obtenção do soro e das PBMC pré e pós treinamento (tanto do grupo controle quanto do grupo infectado). O soro obtido foi utilizado para identificação de anticorpos IGg para CHIKV, enquanto que as células armazenadas foram submetidas a análises moleculares por PCR para avaliação dos genes de bioenergética (complexo I-NDUFB8, Complexo III-UQCRC2), biogênese (TFAM), dinâmica mitocondrial (Fusão-OPA1, Fissão-DRP1) e enzimas antioxidantes (Superóxido dismutase-SOD, catalase-CAT). Uma parcela dos pacientes foi submetida ao protocolo de exercício físico moderado durante 4 semanas com frequência semanal de três vezes por semana, com duração de 40 minutos por sessão, e intensidade de 50- 70% da frequência cardíaca máxima (FCMax). Os dados foram analisados por ANOVA One way seguido pelo pos-teste de TUKEY, mantendo o p<0,05. Os resultados da revisão mostraram que infecção por arbovírus leva a um aumento de na produção de ROS e aumento na atividade mitocondrial próximas as regiões de zonas convolutas, além disso, nessas regiões ocorre um aumento no processo de dinâmica mitocondrial, tanto por fissão quanto fusão. As análises moleculares mostraram que a infecção crônica por CHIKV causou um aumento na expressão da SOD (42 vezes, p<0,0001), DRP 1 (37 vezes, p=0,0017), complexo 1 (17 vezes, p=0,0022) e complexo 3 (20 vezesp=0,0049) como também do TFAM (14 vezes, p<0,0001) em comparação ao grupo controle. Após o treinamento, ocorreu diminuição da expressão do complexo 3 (2 vezes, p=0,0235) e do TFAM (14 vezes, p<0,0001) e aumento na expressão do complexo 1 (3 vezes, p<0,0001) e DRP1 (2 vezes, p=0,0017). Além disso, o treinamento aumentou a expressão de OPA1 (16 vezes, p<0,0001) e das enzimas antioxidantes SOD (2 vezes, p<0,0001) e CAT (50 vezes, p<0,0001) em comparação com o grupo CHIKV. Assim, nosso trabalho mostrou que em modelos de infecção in vitro por arbovírus o aumento exagerado de espécies reativas pode levar ao estresse oxidativo e sinalização para morte celular. Mostramos também ocorrem alterações na expressão de genes associados ao balanço oxidativo e homeostase mitocondrial e o treinamento físico proposto promove uma maior expressão de genes do sistema antioxidante e de dinâmica mitocondrial, podendo resultar também em melhoria do quadro inflamatório.