Formação continuada didático-pedagógica do professor universitário: representações sociais e reconstrução da identidade profissional docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LIMA, Renata da Costa
Orientador(a): AGUIAR, Maria da Conceição Carrilho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33923
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi compreender contribuições da formação continuada didático-pedagógica (FCDP) para o processo de reconstrução da identidade profissional docente do professor universitário. Para dar conta desse objetivo, desenvolvemos este estudo em duas fases (fase 1 e fase 2), tomando como referências teóricas a teoria das representações sociais, especificamente a abordagem estrutural, a noção de identidade, sobretudo, da Psicologia Social, e as noções de identidade profissional e identidade profissional docente. A fase 1 objetivou conhecer o que os docentes pensam sobre ser professor universitário; quais as suas experiências de FCDP; o conteúdo e a estrutura das representações sociais de docência universitária, formação continuada e FCDP. Para tanto, aplicamos um teste de associação livre de palavras e um questionário a 84 professores de diferentes áreas de conhecimento da UFPE. Os dados foram analisados com o auxílio do software IRAMUTEQ e da análise de conteúdo. Os resultados apontaram que os participantes organizam a identidade docente do professor universitário a partir de três sentidos principais: professor detentor do conhecimento, professor pesquisador e professor formador. Já as experiências de FCDP do grupo se classificam em formais (institucionais) e informais (heterotopia), sendo as primeiras o lugar por excelência da formação dos professores na universidade. Por fim, a identificação do conteúdo e da estrutura das representações sociais de docência universitária, formação continuada e FCDP evidenciou que essas representações estão servindo como marcas, produtos e reguladoras da identidade profissional docente, caracterizada pelos professores como detentor do conhecimento, pesquisador e formador. Concluímos a fase 1 apontando a existência de um possível sistema de representações sociais (SRS) formado pelos objetos docência universitária, formação continuada e FCDP, no qual a representação social de docência universitária parece ser responsável por organizar as representações dos outros objetos, ao mesmo tempo em que esse SRS parece se imbricar a um sentimento de identidade docente caracterizado pela pesquisa, formação e conhecimento. A fase 2 objetivou analisar, a partir do que dizem os professores, como experiências de FCDP (re)constroem a identidade profissional docente. Para tanto, realizamos entrevista semiestruturadas a 8 professores participantes da fase 1 que afirmaram experienciar FCDP. A análise de conteúdo nos auxiliou na organização e categorização dos dados. Os achados apontaram que experiências de FCDP têm contribuído com o processo de reconstrução identitária dos professores a partir de duas perspectivas: a do ser professor, visto que os professores afirmaram que experiências de FCDP os levaram a se “sentir mais professor”, por meio de processos de identificação e socialização, em que o outro assume um papel importante na constituição do ser, promovendo a formação docente; a da prática docente, visto que os professores relataram que experiências de FCDP têm repercutido no seu fazer, pois passaram a compreender que o ensino precisa vincular-se a aprendizagem, que o estudante é sujeito ativo, que a avaliação não se resume a um exame e que o professor precisa mediar o conhecimento. Os participantes da fase 2 passaram a compreender que ser professor significa ser responsável pela aprendizagem dos estudantes e que o exercício da profissão requer um saber que lhes é específico, ou seja, os saberes didáticos e pedagógicos. Diante disso, podemos inferir uma re(construção) identitária, visto que a identidade profissional docente centrada na figura do detentor do conhecimento e do pesquisador (fase 1), parece se reconfigurar em uma identidade de “profissional do ensino”, que entre outras coisas, desenvolve a atividade de pesquisa. Em síntese, os resultados apontam que FCDP, contribui para o processo de reconstrução identitária, pois oportuniza aos professores refletirem o ser professor e o seu fazer docente.