Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
de Sá Costa Lima, Marina |
Orientador(a): |
de Holanda Cavalcanti Andrade, Laise |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/583
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Resumo: |
As cercas vivas, práticas agroflorestais designadas para delimitar e proteger as propriedades, destacam-se como um traço característico no cenário rural de muitos países, constituindo um valioso componente de conectividade de paisagens e conservação da flora local. Raras são as pesquisas a respeito do uso de cercas vivas por comunidades brasileiras e não se dispõe de estudos para toda a zona do Litoral-Mata Nordestino. Analisou-se a riqueza de espécies que compõem as cercas vivas, usos locais e contribuições para um aproveitamento sustentável da flora local do assentamento Pitanga, no município de Abreu e Lima, Litoral- Mata Norte de Pernambuco. A pesquisa de campo foi realizada entre março de 2006 e maio de 2007, por meio de entrevistas semi-estruturadas aplicadas em parcelas do assentamento Pitanga. Complementando as informações in situ, foi adotada a observação direta, check-list e a técnica de turnê-guiada. Exsicatas representativas do material estudado estão depositadas no herbário UFP (Universidade Federal de Pernambuco). Parâmetros etnobotânicos quantitativos foram aplicados, enfocando aspectos do conhecimento e uso das plantas: diversidade e equitabilidade de uso, de espécie total e do informante; consenso de uso; valor de uso; e valor de importância. Os 50 entrevistados mencionaram 338 plantas úteis, das quais 31 espécies são utilizadas para cercas vivas, distribuídas em 26 gêneros de 16 famílias, sobressaindo-se Euphorbiaceae e Fabaceae. A composição das plantas citadas para cercas vivas são predominantemente heterogêneas, apresentando uma diversidade de espécies. Metade dessas espécies é cultivada e as demais são obtidas no fragmento de Floresta Atlântica adjacente. Verificaram-se três arranjos de cercas no assentamento: cerca morta, cerca viva e cerca mista. A diversidade total de espécies foi baixa, com um valor correspondente de equitabilidade baixo, indicando que o conhecimento do uso de plantas para cercas vivas não é homogêneo no assentamento local. Além de indicadas para cercas vivas, estas plantas são empregadas em oito outras categorias de uso destacando-se construção, combustível, tecnologia e alimento de animal silvestre. Considerando-se a versatilidade de uso, sobressairam-se Eschewellera ovata (Cambers) Miers, Dialium guianense (Aubl.) Sandwith e Eucalyptus sp. As espécies que obtiveram uma maior concordância de usos e uma ampla distribuição desse conhecimento entre os informantes foram Bowdichia virgilioides Kunth., E. ovata, Pithecellobium cochliacarpum (Gomes) J.F. Macbr., Manilkara sp. e Mimosa caesalpiniifolia Benth., as três primeiras apontadas como preferenciais e as três últimas consideradas ameaçadas de extinção global. Recomenda-se uma ênfase no uso dessas espécies nas cercas vivas de acordo com a função desejada, pois além de proteger a propriedade podem servir a múltiplos propósitos utilitários e ecológicos, contribuindo para um manejo sustentável com a diminuição de extração e melhor conservação da flora local |