Obtenção de peptídeos inibidores de enzima conservora de angiotensina provenientes de microalgas cultivadas em meio suplementado com milhocina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SOUZA, Ariadne Tennyle Vieira de
Orientador(a): PORTO, Ana Lúcia Figueiredo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55206
Resumo: A demanda mundial por fontes de proteína é crescente devido ao seu uso nutricional, além da sua ampla aplicação biotecnológica, médica e farmacêutica. Entre as aplicações das proteínas está a produção de peptídeos bioativos com atividades anti- inflamatória, antioxidante, anticancerígena e atuando na inibição da enzima conversora de angiotensina, uma das principais enzimas envolvidas no aumento da pressão arterial, auxiliando no controle da hipertensão arterial, uma das principais causas mortes no mundo. No entanto, a utilização de fontes de proteínas exclusivamente de origem animal já não é mais uma opção viável, tendo em vista os custos empregados, os novos hábitos alimentares e comportamentais da população, além dos altos índices de alérgicos e intolerantes a subprodutos de origem animal. Sendo assim, a busca por fontes de proteínas de origem não animal vem crescendo. As possibilidades mais próximas são plantas, fungos e microalgas. As microalgas possuem metabolismo simples, utilizando luz solar, CO2 e água e fornecendo nutrientes, principalmente proteínas valiosas para aplicação industrial e energética. As espécies dos gêneros Chlorella e Tetradesmus produzem altos índices de proteína por massa seca e por isso são fontes potenciais de proteínas e peptídeos. A maior dificuldade para obter peptídeos a partir de microalgas se dá na remoção dos compostos através da sua parede celular, sendo necessário estudar e conhecer a fisiologia da célula bem como técnicas de extração e remoção de peptídeos para sua possível aplicação. O objetivo deste trabalho é revisar e avaliar os métodos de extração de proteínas e peptídeos iECA em microalgas verdes. Foi realizado uma revisão sistemática usando os descritores “extraction”; “protein”; “peptide” e “microalgae” nas bases de dados Scielo, PubMed e ScienceDirect buscando artigos originais dos últimos 5 anos (2018-2023). A busca encontrou 2707 artigos que foram submetidos aos critérios de exclusão e elegibilidade, resultando em 25 artigos avaliados sob risco de viés e extração das informações estudades. As microalgas mais usadas foram do gênero Chlorella, Scenedesmus e Nannochloropsis. As técnicas mais utilizadas foram hidrólise química, enzimática e moagem de esferas, alcançando rendimentos de extração até 63,8%. O rendimento pode ser otimizado quando mais de um método de extração é utilizado, chegando até 80% de extração, contudo, é necessário verificar se as proteínas extraídas possuem atividade biológica para qual foram extraídas. Sendo assim, três espécies de microalgas: Chlorella vulgaris, Tetradesmus obliquus e Dunaliela tertiolecta, foram submetidas a três diferentes métodos de extração: ultrassonicação, digestão enzimática e hidrólise química, quantificação de proteína e atividade iECA. A metodologia de ultrassonicação alcançou rendimento de 19% em Dunaliella tertiolecta. Os hidrolisados peptídicos apresentaram elevada atividade iECA. O maior percentual de inibição da ECA foi de 95%, superior ao controle utilizando Captopril, pelas metodologias de extração por ultrassonicação e hidrólise química com as espécies C. vulgaris e D. tertiolecta. As técnicas utilizadas permitiram obter potenciais peptídeos iECA que necessitam de estudos e testes in vivo para potencial aplicação terapêutica.