Avaliação da eficácia da sinvastatina na modulação de resposta inflamatória na esclerose sistêmica : um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: VALADARES, Lílian David de Azevedo
Orientador(a): DUARTE, Ângela Luzia Branco Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48712
Resumo: A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença reumatológica autoimune, progressiva, que se caracteriza pelo comprometimento vascular, pela produção de auto anticorpos com inflamação, e fibrose. Dada a sua variabilidade clínica e fenotípica não possui um tratamento eficaz, capaz de promover o controle da doença, o que atualmentedispomos, visa diminuir o impacto na qualidade de vida desses pacientes, visando uma maior e melhor sobrevida. As estatinas, substâncias utilizadas há décadas na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, através de estudos in vitro, têm sido observado um possível perfil imunomodulador dessas substâncias na ES. Esse ensaio clínico randomizado, triplo cego, placebo controlado, avaliou o efeito nos níveis séricos das citocinas IL-4, IL-6, IL-8, IL-13, IL-17A, CCL-2, IL-29 e IP 10, nos desfechos clínicos utilizados, o Health Assessment Questionnaire (HAQ), o Scleroderma Health Assessment Questionnaire (S-HAQ), e o Modified Rodnan Skin Score (mRSS), em 32 pacientes portadores de ES, sendo 16 do grupo da intervenção, que utilizaram a sinvastatina 20 mg ao dia, e 16 pacientes do grupo placebo por um período de 180 dias. A quantificação da expressão das citocinas no soro desses pacientes, foi realizada através da técnica enzyme linked immunosorbent assay (ELISA). Dentre as citocinas e quimiocinas investigadas, constatamos que a sinvastatina foi capaz de diminuir significativamente os níveis séricos da IL-6 (p=0,009) de oito dos pacientes (50%) do grupo de intervenção ao compará-los com dois do grupo placebo (12,5%), conforme a categorização dos pacientes que apresentaram diminuição da secreção de acordo com os valores da mediana durante o tempo do estudo. As análises estatísticas do grupo que apresentou a redução, demostraram que, esse resultado pode estar relacionado ao uso da sinvastatina por esses pacientes. As demais citocinas e quimiocinas avaliadas, IL-4, IL-8, IL-13, IL- 17A, CCL-2, IL-29 e IP-10, apesar de apresentarem variações numéricas, não foram observadas diferenças estatísticas quando correlacionada aos desfechos clínicos propostos. O ensaio clínico randomizado avaliando o uso da sinvastatina em pacientes ES demostrou, portanto, ser útil no estudo do papel das estatinas na ES, no entanto, essa intervenção precisa ser mais investigada para melhor compreender esse efeito. Além disso, novos direcionamentos são necessários para confirmar essa hipótese, através de pesquisas multicêntricas que possibilitem incluir um maior número de pacientes, além de outros desfechos.