Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Sirlene Barbosa de |
Orientador(a): |
FERREIRA, Andréa Tereza Brito |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/22198
|
Resumo: |
A pesquisa pretendeu investigar as práticas pedagógicas de professoras que lecionavam em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com o objetivo de conhecer como elas estavam “fabricando” as suas práticas de ensino da língua escrita e os usos que faziam do escrito nas suas salas de aula. Nessa proposição, buscamos refletir sobre os movimentos, os saberes e os conhecimentos por elas mobilizados na “construção” e na “condução” de suas aulas, bem como os fatores internos e externos à escola que influenciavam e, por vezes, determinavam o seu “fazer-docente”. No tocante ao ensino da língua escrita, mais especificamente, refletimos sobre as atividades que as mestras propunham para os seus alunos que oportunizavam aos mesmos aprenderem as finalidades e funcionalidades da língua escrita, a partir das relações que buscavam estabelecer com os diferentes usos que os indivíduos fazem dela em contextos extraescolares. Participaram do nosso estudo duas professoras que lecionavam em duas escolas distintas da rede pública de ensino da cidade do Recife/PE, no Brasil, e uma professora da cidade de Clermont-Ferrand, na França, perfazendo um total de três docentes investigadas. Adotando uma abordagem metodológica qualitativa e etnográfica, para coletar os dados fizemos uso dos seguintes procedimentos: observações nas classes das docentes com gravações em áudio e registros no diário de campo durante o período compreendido entre os anos de 2013 a 2015, entrevistas semiestruturadas e minientrevistas inspiradas nas entrevistas de autoconfrontação desenvolvidas por Goigoux (2002). Os dados apontaram que, embora todas as professoras comungassem dos mesmos objetivos – levar os seus alunos a se tornarem leitores e escritores proficientes – elas recorriam a diferentes caminhos metodológicos para atingi-los e que as suas escolhas sobre “o quê” e “como” ensinar estavam pautadas nas suas vivências enquanto alunas (suas trajetórias pessoais), nas suas experiências no exercício do magistério (os saberes da prática docente) e, ainda, nos saberes construídos nos encontros de formação inicial e continuada dos quais haviam participado. A análise dos dados também evidenciou que dentro das salas de aula quase não existiram momentos em que a língua escrita não se fizesse presente e que as docentes promoveram vários eventos e práticas de letramento revelando, assim, os esforços constantes dessas profissionais em aproximar as práticas de leitura e de escrita escolares daquelas vistas, vividas e praticadas pelos seus aprendizes fora dessa instituição, oportunizando-lhes adentrarem, de forma mais efetiva e ativa, nos diferentes espaços marcados pelo escrito. Por fim, os dados chamaram a atenção para a necessidade de os pesquisadores que desejam conhecer como se dá a fabricação das práticas docentes, irem em “lócus” e mergulhar no universo da escola e da sala de aula onde, cotidianamente, os professores constroem e reconstroem as suas táticas de sobrevivência, em um cotidiano marcado por muitas contradições. |