Infecções fúngicas sistêmicas em Unidade de Terapia Intensiva : diagnóstico e aplicação da hemopexina em modelos biológicos in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ROCHA, Ana Paula Santiago
Orientador(a): NEVES, Rejane Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37860
Resumo: A incidência de infecções nosocomiais ou IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) por fungos tem aumentado significativamente nas últimas décadas, acarretando altos índices de mortalidade nas Unidades de Terapia Intensiva. Esses índices, por sua vez, se tornam mais expressivos quando tratamos de um grupo particular de indivíduos, ou seja, pacientes imunocomprometidos. Desta forma, estas infecções podem desencadear respostas imunológicas no hospedeiro, o qual necessita de células específicas para debelar o agente etiológico do processo infeccioso. Assim, o trabalho teve como objetivo determinar a atividade da hemopexina frente a neutrófilos e fungos em modelo biológico in vitro. Para os ensaios, foram obtidos 56 isolados fúngicos de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de dois hospitais públicos da cidade do Recife-PE. Foi realizada a detecção da hemopexina no soro dos pacientes e indivíduos sadios, além da cultura de células dos neutrófilos para o ensaio de fagocitose in vitro. Os ensaios foram realizados frente a espécies de Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata e Kodamaea ohmeri, onde foi cauculado o índice de fagocitose (%) e, a contagem do CFU (unidade formadora de colônia), para verificação da atividade da molécula frente aos neutrófilos e fungos, em diferentes concentrações da hemopexina. Foram isoladas 17 cepas de Candida albicans (30,35%); 17 C. tropicalis(30,35%); 9 C. parapsilosis (16%); 7 Cryptococcus neoformans (12,5%); 4 Candida glabrata (7,14%); 1 Kodamaea ohmeri (8,92%); 1 Candida norvegensis (8,92%). A análise dos neutrófilos mostrou que dos 56 (100%) pacientes com infecção fúngica sistêmica, 42 (75%) apresentaram neutropenia. Enquanto que 14 (25%) apresentaram discreta neutrofilia. Além disso foi observado que nas diferentes concentrações empregadas da hemopexina de [0 µg/mL], [1 µg/mL], [0,5 µg/mL], [0,25 µg/mL], [0,125 µg/mL], [0,062 µg/mL], [0,031 µg/mL] e [0,015 µg/mL], a fagocitose/interação ocorreu em todas elas. Nos isolados de Candida glabrata, Kodamaea ohmeri e Candida albicans, foi observado que a fagocitose melhora na presença da hemopexina, a medida que a concentração aumenta, visto que os ensaios apresentaram diferenças significativas (p<0,05). No ensaio da unidade formadora de colônia (CFU) apresentaram diferenças significativas (p<0,05) nos ensaios de fagocitose para Kodamaea ohmeri e Candidia glabrata, onde apresentaram diferenças significativa (p<0,05). Portanto, os níveis reduzidos de hemopexina sérica, pode ser um indicativo de quadro infeccioso em pacientes grave, culminando em um mal prognóstico para o mesmo; ademais, foi visto nos ensaios in vitro, que a presença da hemopexina proporcionou uma melhora na fagocitose nos neutrófilos frente as espécies de Candida albicans, Kodamaea ohmeri e Candidia glabrata.