Taxonomia, filogenia e biogeografia das espécies de caranguejos do gênero Uca Leach, 1814 (Decapoda: Ocypodidae) no Oceano Atlântico e Pacífico Oriental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: BEZERRA, Luis Ernesto Arruda
Orientador(a): COELHO, Petronio Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8365
Resumo: Atualmente, são reconhecidas 94 espécies de caranguejos do gênero Uca. No presente trabalho, oi realizada uma revisão taxonômica daquelas que ocorrem no Oceano Atlântico (21 no setor Ocidental e uma no Oriental) e na costa Pacífica das Américas (35 espécies), bem como uma análise filogenética e uma análise distribucional utilizando o método de Análise de Parcimônia de Endemismo (PAE). O material analisado se encontra depositado no National Museum of Natural History (Smithsonian Institution), American Museum of Natural History, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Santa Cruz e Coleção Carcinológica da Universidade Federal de Pernambuco. Além destas instituições, material do Zoologischen Museums Hamburg e do Rijksmuseum van Naturlijke Historie, também foi examinado, via empréstimo. Um total de 8.456 exemplares das 56 espécies foi analisado. Com o estudo dessas amostras, foi possível propor novas chaves de identificação, atualizando as já existentes para o Oceano Atlântico e para o Pacífico Oriental, incluindo as espécies descritas mais recentemente. Estampas com fotos da região dorsal e frontal da carapaça, margem interna e externa do grande e do pequeno quelípodo, patas ambulatórias e abdome, foram preparadas com o intuito de facilitar a identificação, além de comentários onde são reportadas variações taxonômicas existentes entre tipos e material adicional, entre populações de diferentes localidades e entre algumas espécies similares. A análise filogenética realizada suporta, entre outros, a criação de um subgênero prórpio, Cranuca, proposto recentemente para abrigar U. (Cranuca) inversa. Por outro lado, a permanência de U. (Uca) tangeri junto com as demais espécies do subgênero Uca s. str. não é corroborada, sugerindo que a mesma deve ser classificada em um subgênero próprio, Afruca. Considerando a premissa da escola cladistica de classificação sistemática, os resultados da análise filogenética sugerem, ainda, que os atuais subgêneros devem ser elevados a categoria de gênero, com o reconhecimento de um gênero novo para abrigar U. (Tubuca) formosensis. Outra interpretação colocaria todas as espécies de fronte larga em um só gênero, Minuca, o qual seria composto por seis subgêneros, ou colocaria apenas as espécies de fronte larga do Novo Mundo no gênero Minuca, dividido em dois subgêneros. Com árvore obtida no estudo filogenético, uma proposta biogeográfica, levando em consideração os fatores paleoclimáticos, paleogeográficos e paleoceanográficos ocorridos desde o Cretáceo até os dias atuais, é apresentada com o intuito de explicar a evolução e atual distribuição do grupo. Por fim, os cladogramas de área obtidos com a análise de PAE revelaram a ocorrência de cinco áreas de endemismo no Atlântico e duas no Pacífico Oriental. Estas áreas correspondem, em grande parte, com a mais recente divisão do mundo em províncias biogeográficas. Os fatores oceanográficos que caracterizam estas províncias, bem como aqueles que podem exercer influência na distribuição das espécies de Uca, são discutidos em detalhes