Distribuição Intrafamiliar de Alimentos: estudo de uma população de trabalhadores de cana-de-açúcar no nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Muniz, Vanessa Messias
Orientador(a): Cerqueira, Mônica Maria Osório de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12795
Resumo: Este estudo objetivou avaliar o consumo intrafamiliar de alimentos nos domicílios de trabalhadores rurais de cana-de-açúcar, residentes em Gameleira-PE, Nordeste do Brasil através da análise do risco de inadequação do consumo de nutrientes pelos grupos de indivíduos de mesmo sexo e estágio de vida (n=159) e da análise da adequação aparente de nutrientes entre os membros das famílias (n=188). O inquérito de consumo alimentar foi realizado pelo método de pesagem direta, em três dias não consecutivos. Os riscos de inadequação de macro e micronutrientes foram analisados utilizando o método Estimated Average Requirement (EAR) como ponto de corte. O lipídio foi analisado em relação aos intervalos de distribuição aceitável. O consumo calórico dos grupos alimentares foi expresso pela sua participação relativa no total calórico da dieta. O consumo aparente dos nutrientes foi calculado para os pais, mães e filhos≥1 ano, a fim de, avaliar se a ingestão de cada indivíduo atingiu ou não a mediana das necessidades (EAR). Na análise da adequação aparente dos nutrientes entre os membros da família, foram comparados dois grupos de indivíduos por vez, aplicando-se o teste t pareado considerando o nível de significância de 5%. No consumo calórico, houve maior participação dos cereais e derivados, especialmente na dieta dos homens de 19-30 anos. O grupo de “leite e derivados” teve uma maior participação na dieta das crianças de 1-3 anos. O consumo mediano de carboidrato e proteína manteve-se acima da EAR e em todas as faixas etárias foi identificado baixo risco de inadequação destes nutrientes. A riboflavina, niacina, tiamina e ferro mantiveram-se acima da EAR para todos os grupos. Apesar disso, as crianças de 1-3 anos apresentaram expressivo risco de inadequação para o ferro. O zinco, cálcio, vitamina A e vitamina C apresentaram elevados percentuais de risco de inadequação em todas as faixas etárias. Na análise da distribuição dos nutrientes entre os membros da família, os pais apresentaram ingestão aparente adequada de carboidrato, proteína, niacina e ferro. Os filhos menores de 5 anos foram os que apresentaram os menores percentuais de adequação de carboidrato, niacina, tiamina, ferro e zinco, em relação aos pais e às mães. Os achados revelaram que os pais apresentaram um padrão de consumo mais adequado às suas necessidades nutricionais, por serem os mais beneficiados no consumo alimentar intrafamiliar. Com isso, o grupo materno infantil pode torna-se ainda mais susceptível aos agravos nutricionais.