Descomplicando a tectônica: Três arquitetos e uma abordagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: CANTALICE, Aristóteles de Siqueira Campos
Orientador(a): MOREIRA, Fernando Diniz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18009
Resumo: Existem diversas maneiras de se entender a arquitetura, e uma delas é através da chamada teoria da tectônica. A tectônica surgiu na Alemanha em meados do século XIX por meio dos escritos de Karl Otfried Müller, Karl Bötticher e Gottfried Semper e foi resgatada na década de 1990 por autores como Kenneth Frampton, Gevork Hartoonian, Edward Ford e Andrea Deplazes. A intenção da teoria da tectônica é de estreitar as relações entre a cultura de construção e o discurso arquitetônico, pois ela considera a mão de obra como um meio de resgate à técnica, ao artesanal e ao táctil, numa clara referência poética à tradição de construir como meio de expressão. Essa tese tem a finalidade de utilizar a teoria da tectônica para entender o processo de concepção dos arquitetos modernos brasileiros enfocando-se no período do pós-guerra até fins da década de 1980. O trabalho pretende, primeiramente, se aprofundar nas diversas facetas da teoria, entendendo seus conceitos básicos, para num segundo momento elaborar um método de análise tectônico, aqui denominado 'abordagem tectônica' que, com base na teoria, poderá ser utilizado num terceiro momento para analisar alguns estudos de caso. Com base nos conceitos empregados pelos teóricos da tectônica, essa 'abordagem tectônica' está subdividida num tripé que questões que contempla: a concepção, que lida com assuntos subjetivos relacionados à composição, seja abstrata ou de herança; a materialidade, que lida com os materiais, sua aplicação e seu diálogo para com a composição; e a técnica, que lida com a maneira com que as edificações são erigidas. Atrelados ao tripé estão os principais conceitos utilizados pelos teóricos da tectônica desde o século XIX até a contemporaneidade, e graças a ele será possível sistematizar a teoria para aplicá-la na contemporaneidade. A partir da 'abordagem tectônica' será feita uma análise da tectônica na produção internacional, para num segundo momento aprofundar-se na realidade nacional, e, por fim, analisar três estudos de caso (arquitetos) para uma amostragem mais profunda. Tais arquitetos foram selecionados por se formarem na FNA - Faculdade Nacional de Arquitetura no mesmo intervalo de tempo e trabalhar com temas bastante distintos que podem ampliar o processo de compreensão da tectônica do período, são eles: Acácio Gil Borsoi (1924-2009), que trabalhou o detalhe como amálgama do processo criativo; Severiano Porto (1930+), que lançou mão de técnicas ímpares de marcenaria conforme as necessidades da floresta; e João Filgueiras Lima, o Lelé (1932-2014), que explorou os pré-moldados como elemento de forte valor compositivo. Por fim, o estudo desses três arquitetos a partir da teoria procura demonstrar como a tectônica pode ser aplicada encontrando aspectos majoritários na obra de cada um. Esses aspectos podem ser vistos como domínios que podem auxiliar no entendimento mais macro de uma tectônica brasileira. Essa análise estimulará um novo entendimento sobre o processo de concepção arquitetônico enfocando a teoria da tectônica, que ainda é tão pouco estudada no cenário nacional. Sendo assim, essa tese poderá nos prover um novo olhar sobre a expressão arquitetônica ainda inédita no cenário atual.