Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Marina Dantas de |
Orientador(a): |
Cavedon, Neusa Rolita |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/76206
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Resumo: |
Desde a virada para a prática nos Estudos Organizacionais, as diferentes vertentes das teorias da prática têm dado importante contribuição no sentido de desconstruir o predomínio da visão funcionalista sobre o fenômeno organizacional. Apesar disso, o tema de como a reprodução das práticas contribui para a produção da ordem social tem sido negligenciado pelos estudos baseados na prática nesse campo. Tal postura tem impedido a consecução de pesquisas que busquem compreender como as práticas são socialmente sustentadas, que interesses as orientam, quem se beneficia de sua permanência ou de sua interrupção, e assim por diante. Desse modo, reforça-se, em certa medida, a dificuldade de entendimento dos processos de permanência e mudança organizacional para além da razão instrumental e capitula-se diante do imperativo funcionalista que continua a privilegiar, tanto na teoria quanto na prática administrativa, a lógica do proveito material governado pela eficiência produtiva como o motivo primordial da existência e da permanência das organizações. Com base em tal percepção, proponho como objetivo desta tese repensar a questão da intencionalidade dos agentes organizacionais a partir de uma perspectiva prática e histórica, cultural e incorporada. Para realizá-lo, parto de um estudo etnográfico feito durante o ano de 2011, em uma fábrica de doces na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Neste campo, foi possível vivenciar as dinâmicas de permanência e mudança da prática de uma doceria que é reconhecida localmente como “tradicional” pelo tempo de enraizamento na cultura. A observação participante aconteceu de modo direcionado para a compreensão dos processos de transmissão do saber-fazer doceiro, através da minha própria experiência de incorporação desse conhecimento prático, do contato instrutivo com a mestre doceira que comandava as atividades da fábrica e com as funcionárias e funcionários que lá trabalhavam na época da pesquisa. Assim, considero ter sido possível compreender de que maneira os referidos processos obedecem a uma lógica incorporada, alheia à lógica racional, e como os movimentos de mudança e permanência, endógenos ou exteriores a essas práticas, exercem impacto sobre a organização que se estrutura ao seu redor. |