Biomarcadores entre pacientes depressivos e suas correlações com o funcionamento familiar e o risco de suicídio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LEÃO, Rita de Cássia Hoffmann
Orientador(a): SOUGEY, Everton Botelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39985
Resumo: Recentemente foi relatado que as anormalidades do sistema imunológico contribuem na fisiopatologia da Depressão. Entretanto as evidências sobre quais seriam os biomarcadores inflamatórios e lipídicos mais sensíveis ao Transtorno Depressivo (TD), consequentemente se existem variações destes em função da presença de outros comportamentos e situações de risco como o comportamento suicida e o desajuste familiar, ainda não estão bem documentadas O objetivo deste estudo foi avaliar a associação do TD com os níveis séricos de biomarcadores lipídicos e inflamatórios, risco de suicídio e risco familiar. estudo observacional de desfecho comparativo, com amostra representativa de 243 indivíduos. Foram incluídos 81 pacientes com TD de acordo com os critérios do DSM-V, que compareceram ao serviço ambulatorial de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil, e 162 controles. Os critérios de exclusão no grupo controle foram: ausência de transtornos psiquiátricos ou histórico familiar de distúrbios psiquiátricos, doenças do sistema imunológico e/ou quaisquer outras doenças crônicas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética (parecer nº 2.532.263). Todas as entrevistas foram conduzidas por um médico. As informações sobre o risco de suicídio e do risco familiar foram coletadas a partir de instrumentos validados. A coleta de biomarcadores, foi realizada seguindo protocolos internacionais de segurança e análise. A margem de erro utilizada foi de 5%. Os intervalos para OR foram obtidos com 95,0% de confiança. Foi criado um modelo de regressão, sendo consideradas significativas apenas as variáveis com nível de 5%. A amostra total foi predominantemente feminina (77,8%) com idade de 50 anos (43,6%), renda per capita acima da média nacional (68,7%) e mais de oito anos de estudo (49,4%). O risco de suicídio foi extremamente elevado na amostra (40,3%). Houve predomínio da coesão do tipo Separada 46,9% e flexibilidade Caótica 42,6%. O risco familiar esteve presente em 71,6%. Houve associação positiva do TD com o indicador antropométrico Índice de Massa Corpórea (IMC), relacionado ao excesso de peso (p= 0,018). O biomarcador lipídico mais sensível ao TD foi o Triglicerídeo (TG). Na amostra, o nível sérico de TG foi quase duas vezes mais elevado entre os pacientes do grupo caso, sendo esta diferença estatisticamente significativa. Também houve associação positiva do TD com o risco de suicídio (p= 0,001) e risco familiar p= 0,001. Na regressão a probabilidade de um indivíduo da população apresentar risco de suicídio foi de até 79,3% se ele for do grupo dos casos (TDM) e tiver o colesterol total elevado (p < 0001). Considera-se então que os indicadores e biomarcadores podem ter um impacto profundo no diagnóstico e tratamento de transtornos psiquiátricos, como o TD, contribuindo na identificação de grupos de pacientes que se beneficiarão mais com um tratamento específico que inclua o manejo de seus perfis lipídicos e inflamatórios. Além disso, podem complementar a avaliação clínica, onde a partir da análise de mudanças nos padrões séricos, os médicos possam efetuar ajustes na terapia mais rapidamente levando a seleção de tratamentos mais eficazes e tolerados na prática clínica.