Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
VERAS, Juliana Lourenço de Araújo |
Orientador(a): |
SOUGEY, Everton Botelho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15570
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Resumo: |
O suicídio representa um grande problema de saúde pública, sendo a segunda ou terceira causa de morte entre os adolescentes em muitos países. Considerando que os transtornos alimentares podem levar a um maior risco de suicídio do que qualquer outro transtorno psiquiátrico, este trabalho propôs investigar a prevalência do risco de suicídio em adolescentes com sintomas de transtornos alimentares e sintomas depressivos. Trata-se de um estudo seccional, de base populacional, quantitativo, analítico, realizado na cidade do Recife com 1.379 adolescentes, de 10 a 17 anos de idade, de ambos os sexos, estudantes de escolas públicas estaduais do Recife, Brasil. Para a coleta de dados foram utilizados os instrumentos: Questionário Sociobiodemográfico; Teste de Atitudes Alimentares, Teste de Avaliação Bulímica de Edinburgh, Inventário de Depressão Infantil e o Mini International Neuropsychiatric Interview – Módulo C (M.I.N.I. - versão brasileira 5.0.0). Para análise dos dados, foram construídas tabelas uni e bidimensionais com frequências absolutas e relativas, bem como calculados os valores das Odds-Ratios (OR) e seus respectivos intervalos com 95% de confiança, associados aos níveis descritivos do teste Qui-quadrado de independência de Pearson. Na análise multivariada, foi ajustado um modelo de regressão logística binária, incluindo como possíveis variáveis explicativas todas aquelas que na análise bidimensional apresentaram associação significativa ao nível inferior a 0,05. O gênero feminino predominou na amostra (65,5%), com idade média de 13,80 anos. A prevalência do risco de suicídio na população estudada foi de 29,7%, onde 6,7% já tinham história de tentativa de suicídio anterior. A prevalência de adolescentes com sintomas de transtornos alimentares (TAs) foi de 25,5%, segundo a escala EAT-26 e 3,2% (escore elevado) e 29,6% (escore médio), na subescala de sintomas BITE. A prevalência de risco de suicídio em adolescentes com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e subescala de sintomas BITE, respectivamente, foi de: 42,7% e 56,8% (escore elevado), apresentando associação significativa. A prevalência de sintomas depressivos na população geral foi de 15,4%. Dos valores de Odds Ratio, as chances de um adolescente da população pesquisada apresentar risco de suicídio são mais elevadas se o adolescente tem idade acima de 11 anos, é do sexo feminino, tem sintomas depressivos, tem padrões alimentares anormais e sintomas de bulimia nervosa. Quanto às probabilidades do risco de suicídio estimada a partir do modelo de regressão revelou-se que a superposição de fatores agrava as chances para o suicídio, mostrando que, na presença dos dois fatores simultaneamente (sintomas de transtornos alimentares e sintomas depressivos), a chance seria de 61,9% para adolescentes com padrões alimentares anormais e 63,4% para adolescentes com sintomas de bulimia nervosa. Após a análise dos dados pode-se concluir que o risco de suicídio não se limita apenas a amostras clínicas de adolescentes com transtornos alimentares, mas pode ser detectado até mesmo em amostras comunitárias de adolescentes; e que o risco de suicídio está associado aos sintomas de transtornos alimentares, o que pode ser agravado pelos sintomas depressivos. Portanto, comportamentos alimentares inadequados devem ser investigados em adolescentes para direcionar estratégias futuras de prevenção ao suicídio nesta fase de desenvolvimento humano. |