Avaliação da qualidade de água e presença de compostos emergentes em rios no semiárido pernambucano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, Renatha Michelly Sabino dos
Orientador(a): PAIVA, Anderson Luiz Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil e Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38901
Resumo: Diversos contaminantes podem alcançar os corpos hídricos, podendo vir a causar efeitos adversos ao meio ambiente. Dentre esses contaminantes, os fármacos são uma das classes com muitos estudos atualmente, por serem constantemente lançados no ambiente e produzidos com a finalidade de apresentarem efeitos biológicos. Visando compreender o cenário de poluição e as concentrações de compostos farmacêuticos em rios na região semiárida, este trabalho teve como objetivo caracterizar a qualidade da água em trechos dos rios Ipojuca e Capibaribe. Foram analisados 3 pontos amostrais no rio Ipojuca e 2 pontos amostrais no rio Capibaribe. Os seguintes parâmetros foram avaliados: pH, temperatura, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), turbidez, condutividade, salinidade, sólidos totais, fixos e voláteis, nitrogênio, fósforo e coliformes termotolerantes. Amostras mensais para análise de qualidade da água foram coletadas no período de abril de 2019 a fevereiro de 2020. A presença dos fármacos: diclofenaco, dipirona, ibuprofeno e paracetamol foram analisadas nos pontos de análises dos trechos dos rios em estudo, e nos efluentes bruto e tratado de uma ETE, que possui o trecho do rio Ipojuca como corpo receptor, analisadas no período de abril de 2019 a fevereiro de 2020. Os parâmetros de qualidade da água foram confrontados com os limites propostos pela Resolução CONAMA nº 357/2005, de acordo com a classe de cada corpo hídrico analisado. Foram avaliados o Índice de Qualidade da Água (IQA) e índice de Estado Trófico (IET) para os trechos dos rios analisados, e, em ambos, o IQA variou entre ruim e péssimo, e o grau de trofia foi classificado em hipereutrófico. Os compostos farmacêuticos foram analisados através via cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os fármacos diclofenaco e ibuprofeno foram detectados e quantificados em 100% das amostras de água superficial dos rios analisados e, também, nos efluentes bruto e tratado da ETE. O diclofenaco e o ibuprofeno foram detectados nas amostras de água superficial nas faixas de 74–5482 µg.L-1 e 724–2318 µg.L-1, respectivamente. A eficiência de remoção máxima detectada na ETE foi de 93,6%, para o diclofenaco e 86,6% para o ibuprofeno. Apesar de apresentar uma eficiência de remoção máxima elevada, eficiências de remoção negativa foram verificadas para o ibuprofeno. Foi realizada a correlação de Pearson entre os parâmetros de qualidade da água e as concentrações dos fármacos analisados, visando compreender a relação entre os parâmetros e esses compostos farmacêuticos. A Análise dos Componentes Principais (ACP), utilizando a rotação ortogonal, método VARIMAX, foi aplicada aos dados de qualidade da água, para verificar como as variações dos parâmetros de qualidade de água interagem, a fim de subsidiar diretrizes para tomada de decisão na gestão ambiental desses recursos hídricos. Para ambos os trechos dos rios em análise, a primeira componente principal representou uma componente de sólidos, possivelmente relacionada à erosão e ao escoamento superficial nos trechos das bacias, além da contribuição de despejos domésticos e industriais, e a segunda componente foi relacionada à poluição orgânica evidenciando os efeitos das ações antrópicas nos trechos dos rios analisados.