Avaliação da atividade antimicrobiana e antibiofilme da lectina da inflorescência de Alpinia purpurata (ApuL)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: FERREIRA, Gustavo Ramos Salles
Orientador(a): NAPOLEÃO, Thiago Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33616
Resumo: O crescente número de infecções bacterianas e fúngicas, principalmente causadas por espécies resistentes aos agentes antimicrobianos disponíveis, constitui uma ameaça à saúde pública mundialmente. A capacidade dos microrganismos em formar biofilme, estilo de vida associado com diferentes mecanismos de resistência antimicrobiana, é motivo de preocupação principalmente em ambientes hospitalares. As lectinas são proteínas que se ligam a carboidratos e exibem diversas atividades biológicas, incluindo ação antimicrobiana. Uma lectina denominada ApuL foi isolada das brácteas da inflorescência de Alpinia purpurata, uma planta ornamental da família Zingiberaceae. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação antimicrobiana de ApuL contra microrganismos patogênicos não-resistentes e resistentes a fármacos atualmente utilizados. ApuL apresentou atividade bacteriostática contra isolados não-resistente (ATCC 6583) e resistente à oxacilina (UFPEDA-672) de Staphylococcus aureus com valores de concentração mínima inibitória (CMI) de 50 e 400 μg/mL, respectivamente. Ação bactericida foi detectada somente para o isolado não-resistente (concentração mínima bactericida: 200 μg/mL). A combinação ApuL-oxacilina apresentou efeitos sinérgicos sobre dois isolados de S. aureus resistentes à oxacilina (UFPEDA-670 e 671), que não foram sensíveis à lectina isoladamente. Análise de curvas de crescimento, extravasamento de proteínas e alterações ultraestruturais (por microscopia de varredura) demonstraram que ApuL atua através de mecanismos distintos sobre os isolados de S. aureus. ApuL não apresentou ação antibacteriana contra isolados de Pseudomonas aeruginosa, porém efeito sinérgico foi observado para a combinação ApuL-ceftazidima contra um isolado multirresistente dessa espécie. Para Candida albicans e Candida parapsilosis, ApuL apresentou ação fungistática (CMI: 200 e 400 μg/mL, respectivamente) e fungicida (concentração mínima fungicida: 400 μg/mL para ambas as espécies). A ação sinérgica da combinação ApuL-fluconazol foi detectada contra C. parapsilosis, que foi insensível a esse fármaco isoladamente. A análise ultraestrutural das células de Candida tratadas com ApuL revelou malformações com alongamentos e protuberâncias. A formação de biofilme pelo isolado não-resistente de S. aureus e por C. albicans foi reduzida em aproximadamente 50% e 25%, respectivamente, por ApuL em concentrações sub-inibitórias. Por outro lado, efeito antibiofilme fraco foi observado contra C. parapsilosis e não foi detectado para o isolado S. aureus UFPEDA-672. Em conclusão, ApuL apresentou efeitos diferenciais sobre isolados bacterianos não-resistentes e resistentes a antibióticos, foi ativa contra espécies de Candida e apresentou ação sinérgica em combinação com antibióticos.