Formação humana integral e processos grupais: uma experiência com grupo de formação transpessoal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SANTOS, Gildete Rodrigues dos
Orientador(a): FERREIRA, Aurino Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20166
Resumo: Este estudo buscou compreender a relação existente entre grupos, relações interpessoais e educação. Para esta intenção tomamos por base a teoria de formação humana integral, da psicologia transpessoal/integral e a teoria dos Quatro quadrantes do Kosmos, de Ken Wilber. Tais visões estão fundamentadas no reconhecimento da existência de várias dimensões humanas, da não dualidade corpo e mente e da ideia de interdependência entre os seres. Objetivamos de maneira geral compreender a influência da estratégia do Grupo de Formação Transpessoal no processo de formação humana integral de estudantes da graduação de pedagogia da UFPE. De modo mais específico, buscamos indicar as contribuições dos grupos de formação transpessoal no desenvolvimento de estudantes da graduação de pedagogia da UFPE, no que diz respeito às suas percepções sobre as relações intra e interpessoais no campo educacional. Deste modo, realizamos a partir da abordagem qualitativa, um processo de pesquisa-ação na modalidade de Grupos de Formação baseados na teoria do T-grupo de Kurt Lewin. Realizamos uma experiência formativa num curso de extensão oferecido a 24 estudantes da graduação em Pedagogia no Centro de Educação da UFPE. O processo da pesquisa-ação nesta proposta organizou-se a partir da realização de 15 encontros, com 4 horas de duração cada, perfazendo um total de 60 horas. As estratégias propostas foram experienciadas a partir de 3 momentos vivenciais espiralados que abordaram as técnicas transpessoais com atividades de Leituras, Diálogos, Vivências individuais e coletivas; Processos interativos grupais; Exercícios de meditação; Escrita de si; Escuta atenta. A busca de compreensão do fenômeno a partir das percepções dos estudantes sobre esta experiência foi obtida a partir dos questionários, entrevistas semiestruturadas, memória das aulas, observação participante e diário do pesquisador. A realização da intervenção denominada Grupos de Formação Transpessoal demonstrou, a partir dos resultados apontados a partir da percepção dos participantes, que houve deslocamentos subjetivos no sentido de compreensão e atuação profissional e pessoal voltada para a perspectiva da humanização. A participação na experiência formativa ofereceu indícios para a compreensão e busca de valorização das interações nos ambientes educativos, como uma possibilidade de ampliar o papel mobilizador dos relacionamentos para o ensino e aprendizagem. Desse modo, entendemos como uma reflexão que visa à quebra de paradigmas que alimentam a ideia da competitividade e a fragilidade de vínculos afetivos na academia. A primeira concepção fundamental surgida no trabalho consiste na compreensão de que a construção de um ser humano requer um olhar integral e abrangente sobre os seres e de que formar supõe ir além dos aspectos de escolarização. Pressupõe ainda a necessidade de estimular a busca pelo autoconhecimento, a abertura para o outro e a valorização da convivência grupal. A segunda concepção sugere a necessidade de se oferecer no ambiente acadêmico vivências e exercícios práticos com o intuito de criar e recriar vínculos sociais com disposições e mudanças de atitudes que visem ao estreitamento e manutenção de laços inter-humanos de solidariedade, compaixão, empatia e comunicação autêntica. Consideramos que a visão da abordagem integral/transpessoal sobre as relações intra e interpessoal demonstrou nessa experiência ser capaz de favorecer os processos de educação integral, pois o concebe no campo das relações humanas como um “lugar” de potencial e exploração para além das fronteiras da fragmentação, reducionismo e controle. Indicamos a importância da inclusão das temáticas comunicação, relação inter e intrapessoais na formação dos estudantes de pedagogia. Sugerimos a realização de pesquisas futuras que acompanhem o desenvolvimento longitudinal da apropriação das aprendizagens por parte dos participantes.