Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Alisson Macário de |
Orientador(a): |
NAPOLEÃO, Thiago Henrique |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18069
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Resumo: |
Morus alba L. (amoreira branca) é uma planta utilizada em todo o mundo no tratamento de diversas enfermidades, incluindo distúrbios inflamatórios. Essa planta tem origem asiática, mas demonstrou boa adaptação ao solo brasileiro. Diante da expansão do uso medicinal de M. alba, inclusive comercialmente, o presente trabalho teve por objetivos construir um painel de toxicidade para extrato etanólico das folhas dessa planta e determinar seu potencial como agente antimicrobiano e anti-inflamatório. O extrato foi analisado quanto à composição química por cromatografia em camada delgada. As análises toxicológicas realizadas foram: ensaio de letalidade para o microcrustáceo Artemia salina (concentrações: 100–1000 μg/mL); ensaio de toxicidade aguda por via oral para camundongos (doses: 300 e 2000 mg/kg); determinação da genotoxicidade in vivo para camundongos através do teste do micronúcleo (doses: 75, 150 e 300 mg/kg v.o.); e ensaios de citotoxicidade para as células tumorais humanas NCI-H292, HEp-2, HT-29, MCF-7 e HL-60 (concentração: 50 μg/mL). Na avaliação do potencial anti-inflamatório, foi utilizado o modelo de inflamação aguda induzida por carragenina em bolsão de ar (doses: 75, 150 e 300 mg/kg v.o.). A ação anti-inflamatória foi avaliada através da quantificação do número de leucócitos nos exsudatos coletados dos bolsões. Atividade antimicrobiana foi avaliada contra bactérias e fungos de importância médica. A análise fitoquímica revelou a presença de cumarinas, flavonoides, taninos e triterpenos no extrato, o qual não promoveu mortalidade dos náuplios de A. salina. No teste de toxicidade aguda, não houve mortalidade nem alterações comportamentais nos camundongos tratados com o extrato durante 14 dias. Contudo, a análise de parâmetros hematológicos e bioquímicos revelou que os animais que receberam a dose mais alta apresentaram valores significativamente (p < 0,05) menores de volume corpuscular médio eritrocitário (VCM) e concentração média de hemoglobina corpuscular (CMHC), bem como atividade aumentada de fosfatase alcalina no plasma. Nos tratamentos com o extrato a 300 e 2000 mg/kg, houve redução no número de leucócitos, com diminuição da percentagem de linfócitos e aumento na proporção de células segmentadas. Análise histopatológica dos órgãos dos animais tratados com o extrato a 2000 mg/kg revelou turgidez dos túbulos contorcidos renais, presença de infiltrado leucocitário ao redor da veia centrilobular hepática e elevada dispersão da polpa branca esplênica. Avaliação do potencial genotóxico in vivo revelou que o extrato não causou aumento na frequência de micronúcleos, em comparação com o controle negativo. O extrato também não demonstrou citotoxicidade para as linhagens celulares testadas. Com base nos resultados obtidos nos testes de toxicidade, o potencial anti-inflamatório do extrato foi avaliado utilizando doses menores e igual a 300 mg/kg. Foi verificada redução do número de leucócitos nos grupos tratados com 75 (56,8%), 150 (62,9%) e 300 (65,6%) mg/kg, em comparação com o grupo controle. A dose de 300 mg/kg mostrou efeito de inibição similar ao observado no grupo padrão, que recebeu indometacina a 10 mg/kg, i.p (64,7%). Por fim, o extrato apresentou atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, Candida krusei, Candida tropicalis e Aspergillus flavus. Em conclusão, o extrato etanólico de folhas de M. alba apresentou potencial anti-inflamatório e antimicrobiano, não sendo letal nem apresentando efeito genotóxico para camundongos quando ingerido na dose de 300 mg/kg. Contudo, a utilização do extrato na dose de 2000 mg/kg deve ser evitada, devido às alterações bioquímicas, hematológicas e histopatológicas detectadas no ensaio de toxicidade aguda. |