Análise do impacto na mensuração dos custos na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário em decorrência da pandemia da COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: AGUIAR, Filipe Carrilho de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Gestao e Economia da Saude
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53928
Resumo: A pandemia da COVID-19 teve uma sobrecarga nos custos em saúde, especialmente, nas unidades de terapia intensiva. Este estudo transversal comparou os custos do tratamento de saúde pré-pandemia (2019) e durante a pandemia (2020), com foco em pacientes com e sem COVID-19 internados na unidade de terapia intensiva. Foram selecionados 280 pacientes para uma amostragem não probabilística. Os custos foram calculados usando duas modalidades: custeio por absorção e Time driven Activity based costing (TDABC). Em 2019, apenas o custeio por absorção foi usado. Em 2020, ambos os métodos foram usados de abril a agosto, durante a primeira onda da pandemia. Os dados foram obtidos de registros clínicos, administrativos, prontuários, formulários de custos e remuneração profissional. O estudo visa entender o impacto financeiro da pandemia nas unidades de terapia intensiva. Os dados foram analisados usando estatística descritiva, com medidas de tendência central e variabilidade. Variáveis com P-valor < 0,05 foram consideradas significantes. Testes de Bartlett e Levene foram usados para calcular a homocedasticidade e as variâncias dos custos entre os grupos NÃO COVID-19 e COVID-19. O teste t-student foi usado para as variáveis paramétricas e o teste de Wilcoxon pareado para as não-paramétricas. Foi feita uma Regressão linear do grupo COVID-19 com tempo de internação ≤ 15 dias, incluindo o teste Lilliefors, análise de linearidade, teste de correlação de Spearman (R2) e a construção da reta de regressão linear. Este estudo examinou a modelagem por absorção e os custos médios em 2019 e 2020. O impacto do custo foi determinado pela razão da modelagem por absorção entre os anos de 2020 e 2019. Em 2019, os custos variaram de R$10.485 a R$116.929,07 dependendo da duração do período da internação. Em 2020, os custos da internação variaram de R$17.789,24 a R$77.666,98. Houve uma variação significativa nos custos médios entre os dois anos, com aumentos e diminuições dependendo do intervalo de tempo. A modelagem por absorção teve um impacto nos custos, com variações percentuais significativas em ambos os anos. A razão entre absorção e TDABC mostrou uma superestimação percentual na modelagem por absorção em 2020. As receitas de janeiro a dezembro de 2019 foram de R$1.302.090,97 e de abril a agosto de 2020 foram de R$1.396.668,82. A pesquisa concluiu que a pandemia de COVID-19 resultou em um aumento nos custos associados às internações na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Esse aumento foi particularmente notável nos primeiros 15 dias de internação. O estudo também revelou que o financiamento provido pelo Sistema Único de Saúde não foi suficiente para cobrir esses custos, levando a um desequilíbrio financeiro no hospital. Adicionalmente, foi observado que o método de custeio por absorção não foi eficiente, resultando em uma superestimação do déficit hospitalar.