Úlceras de estase crônicas: aspectos clínicos e perfil bacteriológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Enedino da Silva Júnior, Orlando
Orientador(a): Lamartine de Andrade Aguiar, José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3118
Resumo: A fisiopatologia das úlceras de estase crônicas dos membros inferiores é multifatorial, sendo a insuficiência venosa crônica descrita como a principal responsável. Ocorre, principalmente, no gênero feminino e, freqüentemente, o acometimento inicial é observado no curso da 6ª ou 7ª década de vida. As úlceras de estase crônicas dos membros inferiores são a 14ª causa de licenciamento temporário e a 32ª causa de afastamento definitivo das atividades laborativas, constituindo um grave problema de saúde pública com grande impacto sócio-econômico. O conhecimento da associação da insuficiência venosa crônica e da doença linfática com a formação e evolução das úlceras de estase crônicas dos membros inferiores é relevante para se estabelecer parâmetros de orientação à investigação diagnóstica e terapêutica. Setenta e três pacientes portadores de úlceras clinicamente diagnosticadas como de estase crônica vascular foram incluídos para estudo prospectivo. A amostra constou de pacientes avaliados por um único investigador proveniente da demanda espontânea nos ambulatórios de Cirurgia Vascular e Angiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (53 pacientes) e da Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro (20 pacientes) em Recife-PE no período de abril de 2005 a maio de 2006. Não houve restrições com relação à faixa etária, raça ou gênero. Foram excluídos pacientes com doenças associadas, distúrbios imunológicos e em uso de antibiótico. Após anamnese, as úlceras foram limpas com solução salina a 0,9% e foi colhido material para cultura. Por meio de Sonar Doppler e Ultrassonografia Doppler, foi avaliado o estado circulatório dos membros inferiores. Os dados foram analisados através da aplicação do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Observou-se que, na amostra, 58,9 dos pacientes apresentaram insuficiência do sistema venoso profundo, 80,8% apresentaram insuficiência dos sistemas venosos das safenas magna, parva ou ambos e 96% apresentaram insuficiência de perfurantes. Ocorreu associação significativa entre doença linfática com pacientes de idade avançada (p= 0,027) e com o tempo de evolução das úlceras de estase crônicas dos membros inferiores (p= 0,003). Houve associação significante entre antecedentes de tratamento cirúrgico e com pacientes de idade avançada (p= 0,002) e não ocorreu a mesma associação entre com o tempo de evolução das úlceras de estase crônicas dos membros inferiores. Foi constatada associação significante entre a insuficiência venosa profunda e o tempo de evolução da doença (p=0,009), não havendo associação com a idade dos pacientes. Não foi encontrada associação entre doença linfática, úlceras de estase crônicas dos membros inferiores e espécies de bactérias isoladas. A insuficiência venosa crônica está associada à gênese e a doença linfática à cronicidade das úlceras de estase crônicas dos membros inferiores