Anemia crônica em portadores de úlcera varicosa nos membros inferiores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: LEMOS, Priscilla Cardoso
Orientador(a): AGUIAR, José Lamartine de Andrade
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44569
Resumo: A úlcera varicosa (UV) representa o estágio mais avançado da Doença Venosa Crônica (DVC) dos membros inferiores (MMII), está presente em cerca de 20% dos pacientes portadores desta enfermidade e tem grande impacto socioeconômico. A maioria destes pacientes apresentam acesso precário aos serviços de saúde e por isso só procuram o atendimento médico quando apresentam úlceras extensas que são frequentemente associadas à episódios crônicos de hemorragia, já que na maioria dos casos, se desenvolve sobre uma área contendo veias varicosas que facilmente sofrem ruptura. Estes episódios repetidos podem provocar anemia crônica (tipo ferropriva por sangramento crônico) e esta, por sua vez, pode retardar ou até impedir a cicatrização da úlcera. O uso de drogas com ação antiinflamatória e hemorreológica no tratamento das UV apesar de defendido por alguns autores, ainda é feito de forma empírica pois são escassos os trabalhos que estudam adequadamente o seu uso na cicatrização deste tipo de ferida. Não há na literatura recente, trabalhos que avaliem a frequência da anemia crônica nos portadores de UV dos MMII e poucos trabalhos analisam o uso das drogas hemorreológicas como a Pentoxifilina no tratamento das UV dos MMII. O objetivo foi avaliar a presença da anemia crônica nos pacientes portadores de UV de MMII e a resposta terapêutica com Sulfato Ferroso e a associação da Pentoxifilina com Sulfato Ferroso no tratamento adjuvante das UV dos MMII. Foram avaliados sessenta e sete pacientes portadores de UV de MMII atendidos no ambulatório de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da UFPE e submetidos a avaliação clínica e laboratorial inicial. Após a avaliação clínica foi realizado o curativo convencional, de acordo com os Procedimentos Operacionais padrão do ambulatório. Os pacientes diagnosticados com um UV de MMII e anemia crônica, foram distribuídos de forma randomizada em dois grupos de tratamento via oral: o grupo controle, administrado Sulfato Ferroso (900mg/dia) e o grupo estudo, empregando Sulfato Ferroso (900mg/dia) e Pentoxifilina (1.200mg/dia) e foram submetidos a reavaliação clínica e laboratorial após 90 dias. Ao fim do estudo, foram avaliados 67 pacientes, destes 27 (40%) apresentavam anemia crônica. A média de idade dos pacientes avaliados foi de 63, onde 47 (71%) destes pacientes eram do sexo feminino e 35 (53%) pacientes apresentavam pelo menos uma doença associada, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica a mais frequente (29 pacientes - 44%). O tempo médio de atividade da ferida era de 10 anos. Após o tratamento, foi observado aumento dos níveis de hemoglobina, hematócrito e melhora das taxas da cinética do ferro assim como a diminuição da profundidade e da área das UV em ambos os grupos, porém sem diferenças estatísticas. Ao fim deste estudo, foi encontrada alta prevalência de anemia na população estudada. A associação do Sulfato Ferroso e a Pentoxifilina não se mostrou mais eficaz do que o emprego isolado do Sulfato Ferroso no tratamento adjuvante da úlcera varicosa dos membros inferiores.