Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com Hidradenite Supurativa atendidos no Hospital das Clínicas da UFPE, de abril de 2019 a outubro de 2021

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SIQUEIRA, Roberta Cardoso de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45698
Resumo: A Hidradenite Supurativa é uma doença crônica do folículo piloso, recorrente e debilitante, caracterizada por lesões inflamatórias dolorosas e profundas em áreas corporais onde há glândulas apócrinas. A patogenia ainda é mal compreendida e até um terço dos casos tem história familiar. Apresenta difícil manejo e o tratamento precoce pode prevenir a progressão para estágios mais graves da condição. Há poucos dados sobre a hidradenite supurativa no Brasil e não há publicações sobre a doença em Pernambuco. O objetivo principal deste estudo é descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com hidradenite supurativa, atendidos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Em adição, o estudo visa estabelecer a ocorrência familiar/hereditária da doença. Observou-se um predomínio da enfermidade no sexo feminino (61,1%) e maior incidência entre a segunda e a quarta décadas de vida (85,56%). A mediana de tempo entre o início dos sintomas até o diagnóstico foi de 4 anos (Q1 2; Q3 10). As principais comorbidades foram obesidade e sobrepeso (85,9%), ansiedade (42,7%), síndrome metabólica (35,1%) e hipertensão (30%). Não houve relação entre o perfil clínico-epidemiológico com a gravidade da doença. A maioria dos pacientes foi classificada, pelo escore de Hurley, em estágio II (47,8%) e estágio III (44,4%). O comprometimento na qualidade de vida foi moderado a extremamente grande em quase 80% dos casos e se correlacionou positivamente com a gravidade da doença. História familiar foi referida por 15,9% dos participantes, dos quais, um foi selecionado, juntamente com alguns de seus familiares, para a investigação de fatores genéticos associados a hereditariedade. Constatou-se, nesta família, o padrão de herança autossômico dominante e a associação com a doença de Dowling Degos. Além disso, foi identificada uma nova mutação no gene que codifica a proteína nicastrina. Os achados reforçam a importância da qualificação de profissionais de saúde da atenção básica para a identificação e tratamento adequado da doença, precocemente, e do estabelecimento de uma equipe multidisciplinar na assistência aos pacientes em Pernambuco. A identificação de nova mutação num caso hereditário pode colaborar com estudos futuros sobre a patogenia da hidradenite supurativa e da associação hidradenite supurativa e doença de Dowling Degos.