Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
BARBOSA, Humberto de Moura |
Orientador(a): |
NASCIMENTO, Elizabeth do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Nutricao
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54154
|
Resumo: |
A obesidade resulta de um desequilíbrio neuroendócrino nos mecanismos cerebrais e periféricos que modulam a ingestão alimentar e o gasto energético. O consumo de dietas ricas em calorias, devido à alta quantidade de lipídios e açúcar, está associado ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos, incluindo intolerância à glicose, resistência à insulina e dislipidemias. Spondias tuberosa Arruda, conhecida como umbu, tem sido utilizada no tratamento de variadas doenças devido às suas propriedades terapêuticas descritas e atribuídas, destacando-se as atividades anti- inflamatória, antioxidante, anti hiperglicemiante, hipolipemiantes. Por isso, o objetivo deste estudo foi investigar o uso de extrato hidroetanólico bruto da casca interna de Spondias tuberosa em camundongos com obesidade induzida por dieta sobre a homeostase glicêmica e comportamento ansiolítico. Foram utilizados 35 camundongos desmamados com peso corporal (22,3 ± 1,05kg) que foram mantidos com dieta padrão até os 56 dias de vida. A partir dessa idade foram divididos em 3 grupos, segundo o regime dietético a ser empregado: dieta padrão (grupo C); dieta obesogênica (HFD + leite condensado) (grupo OL); e dieta obesogênica (HFD + leite condensado) tratado com umbu na dose de 500mg/kg (grupo OU). Foram quantificados a ingestão de ração, leite condensado, água e peso corporal. Ao final do período experimental (8 semanas) foi avaliado o comportamento ansiolítico, teste de tolerância à glicose e à insulina, e, após a eutanásia, foram retirados o fígado, e músculos para avaliação de glicogênio. O sangue foi coletado para análises do perfil lipídico e da glicemia. O uso do extrato de umbu concomitante a dieta obesogênica causou redução do peso corporal (35%), redução do consumo alimentar e energético (53%) e glicemia pós prandial (35%). O uso do extrato melhorou a tolerância oral à glicose (OL= 496,1 ± 90,1 mg/dL vs 193,1 ± 64,1 mg/dL OU - 61%), acompanhando a maior sensibilidade à insulina (OL= 71 ± 19 mg/dL vs 35,7 ± 8,6 mg/dL OU - 50%), e o aumento dos estoques de glicogênio muscular (50%) e hepático (290%) comparado ao OL. Também, o extrato do umbu foi capaz de reduzir a hipertrigliceridemia (OL=270,5 ± 42,8 vs OU= 58,4 ± 14,6 mg/dL, ou aproximadamente 78%) a hipercolesterolemia (OL=229,7 ± 30,6 vs OU= 97,2 ± 17,7 mg/dL ou redução de 58%) e LDL (OL=140,2 ±19,8 vs OU= 28,2 ±8,3 mg/dL ou menos 78%), e elevação de HDL (OL=32,5 ± 3,5 vs OU= 57,8 ± 9,6 mg/dL), incluindo redução do risco cardiovascular em 75% a partir da avaliação dos índices de Castelli 1 e 2. O uso do extrato de umbu não modificou o comportamento semelhante à ansiedade uma vez que esse comportamento não foi encontrado nos animais com obesidade induzida. Pelos resultados obtidos pode-se concluir que o extrato de umbu melhorou a tolerância à glicose e à insulina, além de estoques de glicose na periferia, com repercussões hipolipemiantes, antiobesogênicas, e consequentemente, cardioprotetoras. Assim, o uso de Spondias tuberosa pode ser uma estratégia adjuvante com alto potencial no combate a distúrbios metabólicos associados à obesidade induzida por dietas. |