Pajeú : o rio encosta as margens/ no eco de nossa voz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LIRA, Gabrielle Vitoria de
Orientador(a): POSTAL, Ricardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40691
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo contribuir com a narrativa da comunidade do Sertão do Pajeú acerca de sua identidade poética, considerada pajeúnica, a partir do estudo de caso da Mesa de Glosas, uma das modalidades de poesia improvisada que descende da tradição do repente, característica da região. Para tanto, entrevistas foram feitas com as cinco poetas glosadoras que participam atualmente desse gênero — Francisca Araújo, Dayane Rocha, Elenilda Amaral, Erivoneide Amaral e Milene Augusto — e com poetas moradores do Pajeú, sob o intento de que seus depoimentos cedidos constituíssem a fundamentação teórica deste trabalho, valorizando a legitimidade de seus lugares de fala. Buscou-se também apoio dos teóricos Câmara Cascudo (2012), Paul Zumthor (2005 e 1997), Stuart Hall (2006), Octavio Paz (2012) e Rudolf Otto (2007). Observando os aspectos históricos que contribuíram para a formação da cultura da poesia, nossa análise revelou que o repente indígena, a oralidade dos povos diaspóricos, o costume do improviso dos beduínos do deserto e o cantar de viola dos trovadores ibéricos constituem os pilares dessa tradição. O discurso da comunidade a respeito de sua própria poética gerou o sentimento de pertença ao território, de modo que a poesia se tornou o espelho em que toda comunidade se vê refletida e se reconhece. Dessa forma, são símbolos que representam a região, no imaginário coletivo, a viola dinâmica de cantoria e o Rio Pajeú dos antigos xamãs e Pajés, que nomeia o Vale e transforma em poetas quem beber de suas águas.