Entre o estrutural e o discursivo: Concepções e implicações para a avaliação da produção escrita escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ALEXANDRE, Diego José Alves
Orientador(a): SUASSUNA, Lívia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16739
Resumo: Na presente pesquisa, buscamos investigar como professores de português conciliam os aspectos estruturais e discursivos quando avaliam a produção escrita escolar. Especificamente, objetivamos identificar as concepções de língua, texto e avaliação dos professores analisados, como eles dimensionam e executam os critérios de avaliação e como é marcado, no texto escrito do aluno, o trato com o estrutural e o discursivo. A fim de compreendermos nosso objeto de estudo e analisarmos os dados coletados, nos apoiamos em Antunes (2003); Geraldi (1991,1996); Marcuschi (2006); Suassuna (2004, 2010, 2011), no que diz respeito à concepção de língua e ensino de português, em Bakhtin (2004) e seus estudos sobre o funcionamento discursivo da linguagem, e na ideia de avaliação enquanto discurso (HADJI, 2001; PERRENOUD, 1999; SUASSUNA, 2004). A pesquisa foi do tipo qualitativa e teve a participação de duas professoras do ensino médio de duas escolas: o Colégio de Aplicação da UFPE e uma Escola de Referência de Ensino Médio do Estado de Pernambuco. Coletamos dados através das observações de aulas das duas professoras, da análise de textos avaliados pelas docentes e das entrevistas semiestruturadas. As observações foram feitas no sentido de investigarmos as concepções de língua, texto e avaliação que norteiam as práticas das professoras, os critérios que serão utilizados para a avaliação escrita e os procedimentos didáticos para o ensino da produção de texto. Na análise dos textos avaliados pelas docentes, apoiando-nos nas categorias de correção do texto escolar propostas por Ruiz (2001), e procuramos perceber as marcas escritas deixadas nos textos dos alunos, como os critérios de avaliação eram observados na prática avaliativa e se como foram feitas, diante dos textos dos alunos, as considerações acerca da estrutura e do discurso. Nas entrevistas buscamos confrontar os dados até então obtidos e analisados, fazendo novas discussões acerca de avaliação e formação docente. A professora A, a nosso ver, percebe a avaliação como um processo atrelado à prática de aula, e portanto relaciona seu planejamento didático à proposta de produção de texto. Os critérios de avaliação, elaborados pela professora A, são construídos em sala e discriminados antes de acontecer a escrita. Na avaliação, a docente demonstra conciliação entre a estrutura e o discurso, enxergando-os como partes interdependentes para a produção de sentido. Quanto à professora B, esta apresenta um trato pouco equilibrado entre a estrutura e o discurso quando avalia os textos dos seus alunos: ora ressalta e comenta um desses aspectos, ora outro. Também percebemos que a professora B não estabelece, entre os alunos, os critérios com os quais irá avaliar, o que repercutiu negativamente na produção dos discentes. Além disso, sua sequência de atividades didáticas não se relacionou diretamente à produção de texto. Outros resultados da pesquisa apontam que embora seja muito claro para as professoras que é preciso observar o texto do aluno para além do estrutural, e que a intervenção docente deva ser no sentido de levar o aluno a perceber a estrutura a serviço do discurso, ainda é desafiadora a conciliação, na prática avaliativa, entre esses dois aspectos.