Caracterização físico-química do protótipo epiisopiloturina e incremento do seu perfil de dissolução através da obtenção de complexos de inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MELO, Cybelly Marques de
Orientador(a): SOARES, Monica Felts de La Roca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24295
Resumo: A epiisopiloturina (EPI), um alcalóide extraído do resíduo de produção da pilocarpina, tem demonstrado promissora atividade anti-leishmaniose e esquistossomicida in vitro (doenças negligenciadas). Entretanto, por se tratar de um protótipo à fármaco, suas características físico-químicas ainda são pouco esclarecidas. A literatura indica ainda que EPI apresenta baixa solubilidade aquosa, condição que se apresenta como um entrave na dissolução deste protótipo, podendo repercutir na sua absorção e biodisponibilidade. Uma das alternativas tecnológicas para incrementar tal propriedade é a complexação com ciclodextrinas (CDs), polímero capaz de interagir com o fármaco hidrofóbico, aumentando a solubilidade. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar a caracterização físico-química da EPI, verificar sua compatibilidade físico-química frente a excipientes farmacêuticos e incrementar seu perfil de dissolução por meio da obtenção de complexos de inclusão (CI) com as seguintes CDs: βCD, sulfobutiléter-βCD e hidroxipropilmetil- βCD, por liofilização. A análise por Infravermelho e o perfil térmico da EPI obtido estão de acordo com a literatura, confirmando a identificação da molécula. A caracterização por Difração de Raios-X e Microscopia Eletrônica de Varredura evidenciou o comportamento cristalino da EPI. A obtenção da cinética de degradação não-isotérmica revelou uma reação de ordem 1, com energia de ativação de 88,95 kJ.mol-1. O pKa da EPI, detectado por meio do Sirius T3®, foi de 7,29, demonstrando que a molécula se encontra em sua maior parte ionizada no meio durante toda a extensão do trato gastrintestinal. No perfil de dissolução, aos 15 minutos, a EPI apresentou 97,34% de dissolução em pH 1,2 e 48,1% em meio pH 6,8. No estudo de compatibilidade, verificou-se que EPI é compatível com todos os excipientes testados (lactose monohidratada; Amido de milho; Celulose Microcristalina; Polivinilpirrolidona K-30 e Hidroxipropil metil celulose. A formação de CI da EPI com as CDs foi confirmada pelas mesmas técnicas de caracterização, que evidenciaram indícios de fortes interações entre o protótipo e todas as CDs testadas, repercutindo em incremento do perfil de dissolução da EPI em pH 6,8 (1,8 vezes). Observou-se também a interessante associação da EPI com as CDs na forma de mistura física, sem o processamento das amostras. O contato destes materiais foi favorável a molhabilidade da EPI o que proporcionou aumento na taxa de dissolução da EPI. Assim, é possível concluir que a caracterização do protótipo forneceu subsídios para compreensão de suas limitações e vantagens, e que a EPI se mostrou compatível frente aos excipientes empregados na obtenção de formas farmacêuticas sólidas. A complexação com CDs incrementou de forma satisfatória o perfil de dissolução do protótipo, sendo estes potenciais excipientes para o ajuste desta propriedade.