Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
VIEIRA, Amanda Carla Quintas de Medeiros |
Orientador(a): |
SOARES, Mônica Felts de La Roca |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32043
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Resumo: |
A pilocarpina é um fitofármaco extratído do Jaborandi, utilizado no mundo inteiro. Toneladas de folhas de jaborandi são empregadas na extração da pilocarpina, que possui rendimento de 0,5 a 1%, gerando grandes volumes de biomassa. Desta biomassa, a epiisopiloturina (EPI) é o alcalóide de maior rendimento, e estudos recentes tem demonstrado sua promissora atividade anti-leishmaniose, anti-esquistossomose, anti-inflamatória e protetora gástrica. Entretanto, trabalhos reportam sua limitada solubilidade aquosa e suas características físico-químicas são pouco conhecidas. Assim, este trabalho objetivou elucidar essas características e desenvolver dispersões sólidas (DS) para incremento da sua cinética de dissolução. Para tal, foram investigadas suas características físico-químicas no estado sólido, quanto ao ponto de fusão (221,72-228,24ºC) e de decomposição (224 °C), além dos parâmetros da cinética de termólise (Ea = 88,95 kJ.mol⁻¹ e ordem de reação 1), e ao perfil cristalino por DRX. EPI também foi caracterizada quando em solução, sendo caracterizada como muito pouco solúvel em água (pH 6,8), tanto pela solubilidade de equilíbrio (Ceq) quanto pela taxa de dissolução intrínseca, mesmo permanecendo majoritariamente ionizada durante todo o TGI (pKa = 7,46 ± 0,29). As DS, obtidas com os polímeros HPMCAS, Eudragit L100-55, PVP K-30 e HPMC, foram profundamente estudadas quanto a miscibilidade, aplicando-se os parâmetros de Hansen e Florry-Huggins, mas este trabalho demonstrou que a análise do tempo de indução trouxe resultados mais realísticos, podendo esse parâmetro ser aplicado em outros sistemas semelhantes. A caracterização das DS demonstraram a formação de solução sólida para todos os sistemas contendo 10% de EPI. A análise de IV mostrou interações em todos os sistemas, exceto para o HPMC. Os melhores sistemas obtidos foram a base de HPMCAS e PVP K-30, cujas AUC foram maiores que a EPI cristalina em 10,57; 4,3; 2,19 vezes para 10, 20 e 30% de EPI na DS com HPMCAS; e 12,04; 5,54; e 5,46 vezes para 10, 20 e 30% de EPI na DS com PVP K-30. Na estabilidade acelerada, chama-se atenção para higroscopicidade do PVP K-30, que inviabilizou as análises, embora tenha demonstrado ausência de cristais até 1 mês de avaliação por microscopia de polarização, evidenciada para a DS HPMCAS 10% no 12º dia. Estimou-se aqui uma perda média na ED% de 0,1347% e 0,23% por dia para as DS HPMCAS 10 e 30%, respectivamente. Assim, conclui-se que este trabalho contribuiu com o conhecimento sobre a EPI, fornecendo uma ideia do seu funcionamento no corpo, além de trazer contribuições aprofundadas a respeito da obtenção racional de dispersões sólidas e análise da miscibilidade, culminando na obtenção de dois sistemas com o mais alto grau de dispersão (nível molecular), com incremento da AUC de até 12 vezes. Acrescenta-se, ainda, que apesar de os achados apresentados nesse trabalho contribuírem para acelerar a aplicação do protótipo na terapêutica, incentivando toda a cadeia produtiva e a economia nacional, eles não se limitam a este alcaloide, podendo também servir de suporte para diversos outros compostos farmacêuticos. |