A organização territorial das escolas públicas em Caruaru : entre a modernização, o clientelismo e a construção do espaço do cidadão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: maria de Lira, Sonia
Orientador(a): Jorge Moura de Castilho, Claudio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6662
Resumo: Este trabalho analisa a organização territorial das escolas públicas em Caruaru/PE, no período de 1960 a 2001, destacando os aspectos sociais, econômicos e políticos que influenciaram esta organização, bem como de que modo uma organização inconseqüente do território tem entravado a construção do espaço do cidadão. Resgata a influência dos projetos de desenvolvimento econômico implantado no país e de que forma interferiram no sistema educacional; como também a política neoliberal que por meio de um processo de municipalização descolado da realidade local, vem trazendo prejuízos para a população, reforçando uma distribuição já desigual das escolas em Caruaru. Constatamos que as posturas clientelistas locais permanecem e que também penalizam a construção do espaço do cidadadão, através do não melhoramento do acesso à educação, pois que existem bairros com excesso de escolas e outros com escassez delas; bem como através da prestação de um serviço descomprometido com a cidadania. Comparando os bairros do Vassoural e Cohab III, verificamos que o poder público tem privilegiado o Vassoural quanto à construção de escolas, ficando a Cohab III com um considerável déficit, se levarmos em consideração o baixo poder aquisitivo de seus moradores que se sujeitam a colocar os seus filhos em escolas particulares, por conta da ausência de mais escolas públicas. Ao evidenciar o caráter da mobilização das organizações populares desses bairros, por intermédio de suas associações de moradores, detectamos haver debilidades no que se refere à sua participação, não se conseguindo garantir que as suas reivindicações sejam atendidas. Dessa forma, a decisão concernente à gestão dos equipamentos públicos da educação fica entregue ao mercado ou à mercê dos interesses particulares de políticos locais, reforçando a construção de um espaço onde as pessoas possuem uma cidadania ora mutilada, ora limitada. Por outro lado, defende-se uma distribuição espacial mais justa das escolas públicas e que, para a garantia da cidadania plena, será necessário não somente promover o acesso, mas também uma educação de qualidade ao cidadão, e isto, num contexto em que o conhecimento torna-se cada vez mais fundamental ao desenvolvimento humano. Concluindo o trabalho, propõe-se algumas diretrizes para o planejamento da distribuição conseqüente das escolas públicas em Caruaru, quais sejam: realização de censo escolar para a população escolarizável; construção de escolas nos bairros, conforme a necessidade da população; garantia que as escolas estaduais continuem oferecendo o Ensino Fundamental e investimento na qualidade da educação pública