A vulnerabilidade socioespacial à ilha de calor urbana na Cidade de Recife – PE, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MOREIRA, Ayobami Badiru
Orientador(a): NÓBREGA, Ranyére Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/47059
Resumo: O presente estudo teve o objetivo de avaliar o grau de vulnerabilidade socioespacial da cidade do Recife à intensidade da Ilha de Calor Urbana (ICU). Partindo da hipótese de que o impacto da ICU nesta cidade envolve tanto os fatores físicos quanto sociais da paisagem urbana. Para isto, a paisagem urbana foi mapeada de acordo a cobertura e estrutura da superfície por meio da classificação não–supervisionada de imagem de satélite e da sobreposição do Modelo Digital do Terreno (MDT) e do Modelo Digital de Superfície (MDS). Foram obtidos dados atmosféricos registrados em oito pontos de observação, os quais foram analisados nas escalas temporais horária, diária, mensal e sazonal. A partir dos dados atmosféricos e de superfície, a espacialização da ICU foi realizada pela modelagem espacial multivariada. A análise da vulnerabilidade socioespacial à ICU considerou as seguintes componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. A primeira foi resultante no mapeamento da ICU e as demais baseadas em dados do censo demográfico, resultando o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). A Análise Fatorial (AF) por meio de Análise de Componentes Principais (ACP) foi utilizada no processamento os dados demográficos. As três componentes foram sintetizadas no Índice de Vulnerabilidade Socioespacial à ICU (IVSI). Foram identificadas três áreas principais de elevada intensidade de ICU em Recife. Apesar da ICU ser principalmente noturna, ela também foi identificada nos horários vespertinos. A ICU se desenvolveu mais rapidamente no período chuvoso, apresentando núcleos bem definidos de ICU “muito forte” logo após o pôr–do–sol. No período seco, estes núcleos só se destacaram a partir da meia noite e o horário de maior intensidade da ICU na cidade é durante a madrugada (próximo às 2 horas da manhã). As áreas de maior exposição à ICU se apresentaram na região central e nos bairros próximos à linha de costa. Apesar disto, a maioria destes bairros apresentaram pouca vulnerabilidade à ICU devido à elevada capacidade de adaptação de seus residentes. Esta análise constatou que há bairros em Recife que mesmo sob baixa intensidade de ICU apresentam elevada vulnerabilidade ao seu impacto, pois se encontram sob elevada vulnerabilidade social. Para estes bairros, as medidas de mitigação devem ser voltadas aos fatores sociais e à redução da insalubridade no interior e no entorno dos domicílios. Enquanto isto, os bairros centrais precisam investir em alternativas que amenizem diretamente a formação da ICU. O presente estudo encoraja as pesquisas futuras a procurarem formas de refinar a modelagem espacial da ICU a partir da obtenção de uma rede maior de pontos de coletas de dados climáticos. Estudos futuros também podem fazer uso dos resultados obtidos na análise de vulnerabilidade, e assim, avançar na construção de estratégias de mitigação/adaptação ao impacto da ICU sobre as cidades.