Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Igor Fonsêca de |
Orientador(a): |
BRANDÂO, Tanya Maria Pires |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14963
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Resumo: |
Este estudo tem como objetivo analisar as experiências sociais vivenciadas pelos escravos fugidos que residiam, em comunidades quilombolas, nas matas do Vale do Cotinguiba, no século XIX. Tais experiências são aqui abordadas de modo a compreender mais especialmente os meios de sobrevivência desses negros a partir da fuga do cativeiro, assim como as estratégias que os membros daquelas comunidades empreendiam para se esquivarem das atividades militares impetradas pela Secretaria de Polícia. O Vale do Cotinguiba, situado a nordeste de Sergipe Del Rey, se destacava por ser a principal zona agroeconômica da província; motivo pelo qual passou a concentrar, ainda em meados do século XVIII, o maior número de engenhos e, concomitantemente, a maior parcela da escravaria sergipana. Era a partir do contato com os escravos residentes nas senzalas desses engenhos que os quilombolas conseguiam, dentre outras coisas, angariar produtos alimentícios, comercializar outros, e se encontrar cientes das diligências que estavam em curso. Esses avisos permitiam que eles abandonassem, previamente, os seus coitos e alcançassem ambientes que aparentavam ser, ao menos momentaneamente, mais seguros. Entre os pontos que eram alcançados pouco antes das empresas militares estavam outros mocambos, os quais se encontravam instalados, em não raras ocasiões, nas matas imediatas as que estavam sendo alvo, naquele momento, de inspeções. Essa constante mobilidade por parte dos escravos fugidos permitiu adotar aqui o conceito de “Quilombos Volantes”, destacando assim como a movimentação por outros mocambos e por outras comunidades parecia ser uma importante estratégia na manutenção das suas liberdades. Foi adotado aqui ainda, porém como metodologia, o método de ligação nominativa. Este pode ser aplicado sob uma documentação composta sobretudo por ofícios produzidos por indivíduos envolvidos no combate aos quilombos do Vale do Cotinguiba. Tal opção metodológica permitiu-me não apenas acompanhar e analisar a trajetória de muitos escravos fugidos, inclusive por mais de uma comunidade quilombola, como ainda o momento em que se deu a apreensão de parte deles e os destinos que seus senhores ansiavam dar aos mesmos após reaverem os seus domínios. É um pouco das vivências desses indivíduos que se pretendeu aqui estudar. Trata-se, quase sempre, de negros que viram suas experiências de liberdade serem interrompidas por meio da violência, mas que nem por isso deixaram de contrapor, de algum modo, a condição escrava a que estavam submetidos. Inclusive, um deles, pouco antes de ser reconduzido ao cativeiro, indicou que deixara a casa do senhor “por não querer servir ao seu senhor”. |