Aspectos sedimentológicos e geoquímicos do estuário do rio Capibaribe, Recife, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: PARDAL, Emarielle Coelho
Orientador(a): BARCELLOS, Roberto Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35150
Resumo: Esta pesquisa objetiva estudar a variabilidade espacial, sazonal e interanual dos processos sedimentares e geoquímicos de um estuário tropical densamente urbanizado (Estuário do Rio Capibaribe-PE). Foram realizadas amostragens de sedimentos superficiais de fundo, nos anos de 2010 a 2013 e 2015 a 2017, com um amostrador pontual de fundo (“Van-Veen”). Doze pontos foram amostrados ao longo do estuário, nos dois primeiros anos ocorreram 4 amostragens na plataforma continental interna (PCI), totalizando 136 amostras. Foram feitas análises granulométricas; do conteúdo de matéria orgânica total (MOT) e carbonato de cálcio (CaCO3); análises elementares de C e N, cálculo das razões elementares C/N e das razões isotópicas de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ 15N). Foi calculado o índice do Estado Trófico do Sistema e determinado concentrações do fósforo sedimentar. Sazonalmente e espacialmente, a dinâmica sedimentar e geoquímica do estuário exibiu dois comportamentos durante os períodos chuvosos: (i) incremento de sedimentos arenosos de origem fluvial terrígena, geralmente depositados na calha principal do rio; e (ii) deposição de finos na região do baixo estuário. Para os períodos secos, a deposição de finos e de matéria orgânica aumentaram no médio estuário, maiores porcentagens de sedimentos arenosos de origem marinha e incremento nos valores de carbonato para o baixo estuário. O incremento nos conteúdos de MOT no médio estuário interferiu na produção de carbonato marinho, diminuindo suas concentrações e sua distribuição ao longo do sistema. As dragagens modificaram o padrão sedimentar anual. Em 2012 e 2013, ocorreu aumento das porcentagens de lama e no restante dos anos apresentou predomínio de sedimentos arenosos. O maior aporte de carbono orgânico e de nitrogênio total ocorreu no período seco, associados à sedimentação de granulação mais fina. Os resultados da razão isotópica (C/N) permitiram caracterizar o estuário como um ambiente de fontes mistas de MOT, nos períodos secos, origem mista e marinha, e nos períodos chuvosos registrou MOT de origem continental. A origem da MOT, segundo a razão δ13C, mostrou tendência continental com ocorrências de origem marinha, em 2010. Em 2011, revelou tendência marinha com ocorrências de origem continental. A razão δ15N, indicou origem marinha para os períodos chuvosos, e nos meses mais secos, registraram origem terrígena, natural e antrópica, com forte indício de poluição com MOT oriunda de efluentes domésticos, tendo, o estuário, predomínio de condições hipertróficas ao longo dos anos. Os elevados teores de MOT inibiram a adsorção do fósforo nos sedimentos. Contudo, as elevadas concentrações de fósforo indicam altos índices de contaminação, expondo valores de advertência em todo o sistema, e uma concentração 8x maior que o valor permitido pelo CONAMA, PT>2000 mg.kg-1 . Por fim, este trabalho permitiu concluir que a crescente expansão urbana, as modificações na geomorfologia do estuário e o incremento de efluentes domésticos e industriais, somados aos índices pluviométricos e as operações de dragagens foram fatores determinantes na dinâmica sedimentar e no padrão geoquímico, bem como, que a MOT apresenta fontes mistas associadas à influências antrópicas sendo favorável ao acúmulo de poluentes, tornando-o indispensável na avaliação de impactos ambientais que a região está submetida.