Repercussões sócio-espaciais na zona da mata pernambucana : a transição da agricultura patronal para a agricultura familiar no Assentamento Ilhetas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SILVA, Heverton Ralph Arcanjo Batista da
Orientador(a): BARBOSA, Aldemir Dantas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10777
Resumo: Usinas de Açúcar falidas, posteriormente desapropriadas, deram origem aos territórios de assentamentos rurais na Zona da Mata Pernambucana, repercutindo na transição da agricultura patronal para a agricultura familiar. Ao longo do século XX os trabalhos agrícolas são baseados na relação patrão x empregado, favorecendo a exploração da mão-de-obra agrícola, abuso de autoridade, opressão social e alienação cultural. Todavia, as freqüentes falências de usinas na região geraram uma massa de desempregados que, posteriormente, se aliam aos movimentos rurais sindicalistas, reivindicando a posse das terras improdutivas destas unidades. A chegada da Reforma Agrária na região desencadeia um conjunto de repercussões sócio-espaciais que serão analisadas em profundidade no Assentamento Ilhetas, situado no Município de Tamandaré. Este assentamento é formado por ex-funcionários da massa falida da Usina Central Barreiros, os quais, após a conquista das terras, passaram a desenvolver a agricultura familiar em seus lotes. O presente trabalho adota o método dialético, enquanto os principais procedimentos metodológicos baseiam-se na revisão bibliográfica e nas entrevistas diretas. O objetivo geral é demonstrar que a partir da transição da agricultura patronal para a agricultura familiar, no território dos assentamentos rurais da Zona da Mata, houve melhorias nas condições de vida dos agricultores. Em relação ao trabalho, a mão-de-obra assalariada passa a ser autônoma; os meios de produção concentrados pelos patrões também passam a pertencer aos agricultores familiares; o monopólio da indústria sucroalcooleira é reduzido com a expansão da agricultura familiar; a plantação de cana-de-açúcar em assentamentos rurais configura um novo sistema agrícola; a expansão dos minifúndios por meio dos projetos de assentamentos repercute em mudanças na estrutura fundiária na Zona da Mata; a relação dos agricultores com a terra é influenciada pela gestão do tempo; a unidade territorial Engenho passa para a condição de Assentamento ou de AssentamentoEngenho; a posse da terra fornecida aos agricultores acentua a cadeia de produção em pequena escala na região, estimulando a policultura em detrimento da monocultura; a passagem do trabalhador rural à condição de pequeno produtor agrícola no território dos assentamentos representa uma melhoria das condições sócio-econômica no campo, tais como renda, moradia e qualidade de vida. A transição da agricultura patronal para a agricultura familiar constitui uma tendência regional, porém, se processa de forma e intensidade distintas em cada local. A experiência dos agricultores de Ilhetas, atravessando os dois modelos de agricultura, permite analisar essa transição, reforçando a ideia de espaço contínuo, ativo, reprodutor e dinâmico. Mudanças e permanências são elementos presentes nesse processo, vindo à agricultura familiar oferecer melhorias de vida para os agricultores se comparadas à agricultura patronal. Porém, a coexistência entre os dois modelos torna o espaço rural híbrido. Palavras-chave: Agricultura