Agricultura de subsistência e conservação dos recursos naturais nos assentamentos Cajueiro e Fortaleza no município de Una- BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Sá Sobrinho, Rosivaldo Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9910
Resumo: A formação de assentamentos de reforma agrária no Brasil, é resultado da mobilização crescente de trabalhadores rurais sem terra, que buscam por meio da reforma agrária a conquista de condições básicas de subsistência. No Sul da Bahia a formação de assentamentos é conseqüência da mobilização de trabalhadores desempregados das fazendas de cacau, durante o período de crise que se abateu sobre essa cultura a partir da década de 80 e que foi agravada no final desse período como o surgimento da vassoura-de-bruxa. Diferente de outras culturas, a lavoura cacaueira permitiu a conservação de remanescentes de Mata Atlântica na região durante os mais de 300 anos de sua implantação. Com a crise, emergiram novas demandas produtivas que aumentaram a pressão sobre os remanescentes florestais existentes, no mesmo período em que crescem as campanhas que visavam a conservação dessa floresta. A pesquisa foi realizada, nos assentamentos Cajueiro e Fortaleza, no Município de Una, na região cacaueira da Bahia, e teve como objetivo, compreender a relação estabelecida entre a demanda pela produção e a conservação dos recursos naturais nesses assentamentos, que estão localizados no entorno da Reserva Biológica de Una. A demanda pela conservação dos remanescentes florestais desses assentamentos, visa atender à necessidade da formação de corredor ecológico que permita a interligação da reserva com outros remanescentes florestais. Esta demanda se estabelece em conflito com as práticas produtivas tradicionalmente utilizadas pelos assentados, que estão fundamentadas no sistema corte/queima. A forma como está sendo proposto o manejo das lavouras nos assentamentos tem visado a superação do manejo tradicional, atendendo aos objetivos da campanha nacional que tem como objetivo extinguir derrubadas e queimadas na Mata Atlântica. Os trabalhos vêm sendo desenvolvidos a partir da mediação de uma Organização Não Governamental (ONG), que atuando nos assentamentos buscou uma proposta de manejo que atendesse as demandas conservacionistas e as necessidades produtivas nos assentamentos. A proposta de conservação ambiental leva para os assentamentos a necessidade de mudanças nas atividades desenvolvidas, para implementação de novas práticas produtivas. Apesar da crescente demanda pela conservação na região, a pesquisa demonstrou a falta de incentivos para que um maior número de famílias adotem o manejo proposto, e, a partir destes, seja superado o dilema entre a conservação e a garantia da subsistência das famílias assentadas.