Estudo de bioprospecção de avicennia schaueriana: desenvolvimento de um creme cicatrizante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: LOPES, Caroline Maria Igrejas
Orientador(a): EVÊNCIO, Liriane Baratella
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Odontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26275
Resumo: Introdução: Avicennia schaueriana é uma espécie endêmica da vegetação de manguezal pertencente à família Verbenaceae. As espécies do gênero Avicennia são muito utilizadas pelas comunidades tradicionais para cura de várias doenças. Objetivo: Investigar a presença de compostos químicos e avaliar a citotoxicidade in vitro do extrato aquoso de folhas de Avicennia schaueriana e a ação cicatrizante do creme desse extrato nas feridas cutâneas em ratos. Materiais e Métodos: O extrato aquoso de folhas de A. schaueriana foi analisado por cromatografia em camada delgada para realização do perfil fitoquímico de cumarinas, flavonoides, triterpenos e taninos. Para a análise de saponinas foi utilizado o teste de formação de espuma e para os alcaloides o de precipitação. A avaliação citotóxica foi realizada através do método colorimétrico de brometo em células Vero. A ação cicatrizante foi avaliada utilizando 45 ratos divididos em três grupos iguais tratados durante 5, 10 e 15 dias com creme de extrato aquoso de folhas de A. schaueriana, solução de cloreto de sódio a 0,9% e creme de dexpantenol, aplicados sobre a região dorsal previamente tricotomizada e lesionada. Foram realizadas mensurações iniciais e finais de cada ferida para calcular o índice de cicatrização das úlceras, a análise histomorfométrica e a contagem dos fibroblastos nas secções histológicas das feridas cirúrgicas nos diferentes grupos e intervalos de tempo. Resultados: O estudo fitoquímico mostrou a presença de flavonoides, taninos, triterpenos e saponinas, porém não foi evidenciada a presença de cumarinas e alcaloides. Em relação àcitotoxicidade in vitro, observou que o extrato aquoso de folhas de A. schaueriana não foi considerado citotóxico, pois apresentou capacidade de proliferação de células Vero na maior concentração testada (100μg/mL). Na análise morfométrica verificou-se que o percentual médio de contração das feridas, após 10 dias de tratamento, foi mais elevado no grupo medicado com dexpantenol (93,41%). No tempo de 15 dias, o menor percentual médio de contração ocorreu no grupo do dexpantenol (94,41%) e o maior no de A. schaueriana (98,50%). Na histomorfometria, após 10 dias da cirurgia, o grupo do dexpantenol apresentou o menor comprimento médio não reepitelizado, não demonstrando diferença significativa com o de A.schaueriana, mas apresentando com o soro fisiológico. No período de 15 dias, a média foi nula no grupo da planta estudada, indicando 100% de reepitelização das feridas. Evidenciou-se também que, após 10 dias, o número médio de fibroblastos encontrado no grupo A. schaueriana foi mais elevado do que o soro fisiológico. No período de 15 dias, ogrupo A. schaueriana manteve uma maior quantidade de fibroblastos quando comparado aos demais grupos. Conclusão: O extrato aquoso de folhas de A. schaueriana contém importantes metabólitos secundários, associados a relevantes propriedades farmacológicas. Além disso, a espécie A. schaueriana não apresenta atividade citotóxica e a aplicação tópica do creme desse extrato diminui a área da ferida, estimula a reepitelização e aumenta o número de fibroblastos, exibindo ação cicatrizante mais eficiente nas feridas cutâneas em ratos do que o creme de dexpantenol. Portanto, esta planta poderá tornar-se um tratamento de uso tópico no proce sso de reparação tecidual.