Marcas da colonialidade nos discursos de documentos oficiais na política de inserção de tecnologias digitais de informação e comunicação na educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: BARBOSA, Emanuelle de Souza
Orientador(a): SARTORE, Anna Rita
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/21134
Resumo: Esta pesquisa trata das marcas da colonialidade contidas nos discursos de documentos integrantes da política de inserção de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na educação básica, contidas em três documentos dois do Ministério da Educação e um do Ministério da Ciência e Tecnologia, respectivamente: Programa Nacional de Tecnologia Educacional - Proinfo (1997), Projeto Base Um Computador Por Aluno - Prouca (2007) e a publicação do Ministério de Ciências e Tecnologias denominada Sociedade da Informação no Brasil - Livro Verde (2000). O trabalho se alicerça teoricamente na Análise de Discurso Francesa – AD Pêcheux (2008, 2014b, 2014a) e Orlandi (2008, 2012, 2013) em diálogo com os Estudos Pós-Coloniais Latino-Americanos (MIGNOLO, 2008; QUIJANO, 2005; WALSH, 2008). Focamos nessa relação em virtude de entendermos que as marcas da colonização são reeditadas e se fazem presentes nos documentos supracitados, atuando diretamente nos objetivos incorporados pela Política de Informática na Educação. Nessa direção, essa pesquisa investigou os sentidos do discurso colonial que marca as finalidades assumidas pelo governo no que concerne à formação dos alunos para uso e apropriação da linguagem tecnológica. Para tanto caracterizamos as concepções de formação, que subjazem aos documentos, e analisamos o contexto de produção discursiva no qual a Política de Informática na Educação está localizada. Foi respaldo teórico e metodológico a Análise de Discurso (AD) em busca de evidenciarmos quais mecanismos discursivos fundamentaram os documentos analisados. Assim, consideramos o dito em sua relação indivisível com o nãodito, mobilizando categorias que nos ajudaram em busca de compreender de que forma a ideologia e a história tecem sentidos. A associação da AD aos Estudos Pós-Coloniais LatinoAmericanos possibilitou a identificação de “sintomas” da colonialidade trabalhando na constituição de significados que atuam no imaginário pelo qual se organiza a sociedade brasileira. Os dados analisados sinalizaram que as TDIC são inseridas nas escolas com finalidades prioritariamente instrucionistas, baseadas no consumo de tecnologias e não na autoria e/ou produção delas, indicando o Brasil como um país ainda sob efeitos da colonização.