Efeito do ácido úsnico purificado da Cladonia substellata (AHTI) sobre o desenvolvimento embrionário em fêmeas wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: SILVA, Cleopatra Regina da
Orientador(a): SILVA, Nicácio Henrique da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12107
Resumo: O ácido úsnico é um dibenzofurano produzido por algumas espécies de liquens e possui várias propriedades farmacológicas, tais como: antiviral, antimicrobiana, antiinflamatória e antitumoral. Embora essa substância liquênica apresente estas propriedades a sua utilização em terapia está limitada pela sua hepatotoxicidade. O período de gestação é uma das fases mais sensíveis do ciclo reprodutivo. Durante este período, a maioria dos agentes atravessa facilmente a placenta e, portanto, pode-se considerar que a exposição materna a química se artificial ou naturalmente produzido, pode resultar em efeitos adversos no organismo passivo. Ensaios pré-clinicos sobre o ciclo reprodutivo são necessários para novas moléculas, pois determinam situações que podem ocasionar potenciais riscos para a reprodução humana de ordem maior, menor ou igual àquelas visualizadas em modelos experimentais. Esse estudo teve o objetivo de investigar o potencial toxicológico do ácido úsnico purificado de Cladonia substellata (ATHI) em ratas Wistar durante o período da organogênese. 18 fêmeas foram submetidas ao estudo do ciclo estral no intuito de se determinar o período fértil. Em seguida as ratas foram pareadas com 9 machos (2:1), após a confirmação da gestação, foram distribuídas aleatoriamente nos grupos controle (n=6), tratado I (n=6) e tratado II (n=6). As fêmeas do grupo controle receberam solução fisiológica e as dos grupos tratados receberam o ácido úsnico purificado nas doses de 15 mg/kg e 25 mg/kg, respectivamente. Ao 20° dia as fêmeas foram sacrificadas por overdose de anestésico Urethame (1,25 g/kg). O peso dos fetos e suas placentas foram mensurados e em seguida foi retirado o fígado para análise histológica. As implantações foram identificadas por Lugol. Nas fêmeas tratadas com o ácido úsnico purificado nas doses de 15 e 25 mg/kg o número de reabsorções foi maior 3,5 ± 0,5 e 5 ± 1, respectivamente quando comparada com o grupo controle 1,1 ± 0,4. Foi observada uma redução no número de feto viáveis 10 ± 1,03 e 8 ± 1,4 nas fêmeas tratadas com o acido úsnico purificado nas doses de 15 e 25 mg/kg, respectivamente quando comparado com o grupo controle 12 ± 0,51 e redução no peso corporal dos fetos onde o controle apresentou 5,7 ± 0,3 e 4,1 ± 0,1 e 3,5 ± 0,1 para os tratamentos com 15 e 25 mg/kg, respectivamente. Na dose de 25 mg/kg os fetos apresentaram alterações morfológicas como exposição do globo ocular, presença de uma massa celular na região superior do feto e atrofia dos membros superiores e inferiores, porém essas alterações não foram observadas na dose de 15 mg/kg. O peso médio dos fígados de fetos das fêmeas tratadas com ácido úsnico purificado a 15 mg/kg foi evidenciado uma leve redução 0,34 ± 0,02g quando comparado ao grupo controle 0,5 ± 0,02g. Por outro lado uma relevante diminuição 0,2 ± 0,05g foi observado no grupo tratado na dose de 25 mg/kg. Na análise histológica do fígado do grupo de fetos das fêmeas tratados com ácido úsnico purificado na dose de 15 mg/kg foi observado uma leve redução não significativa na quantidade de megacariócitos comparado ao grupo controle, já para a dose de 25 mg/kg os megacariócitos apresentaram uma redução significativa por campo analisado, quando comparado ao grupo controle. A histomorfometria do fígado da prole em relação ao número total de hepatócitos quando administrado a dose de 15 mg/kg não mostrou alteração significativa na média de células quando comparado ao grupo controle, no entanto a dose de 25 mg/kg foi visualizado um aumento significativo no número médio de hepatócitos. O modelo experimental utilizado no presente estudo demonstrou que o composto apresentou toxicidade no período da organogênese onde a dose mais tóxica foi a de 25 mg/kg. A dose de 15 mg/kg é uma candidata a novos estudos experimentais. Estes estudos revelam a importância de se avaliar os efeitos tóxicos de substâncias naturais a fim de elucidar os cuidados na sua utilização ou indicação com potencial fármaco.