Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
MOURA, Bruno Melo |
Orientador(a): |
SOUZA-LEÃO, André Luiz Maranhão de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Administracao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45309
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Resumo: |
O cosplay é um fenômeno capaz de ilustrar como as práticas de consumo podem ser investigadas como um mosaico de relações culturais. Não à toa, as performances vivenciadas com o cosplay represenam diversos temas investigados pela pesquisa do consumidor que trata do consumo como uma prática cultural: se caracterizam como produções de fãs, atestam a capacidade prossumidora dos praticantes, indicam a co-criação de experiências extraordinárias e, enfim, revelam performatividades que aludem a posicionamentos sociais para além das relações mercadológicas. Logo, o arranjo das múltiplas performances exercidas pelos cosplayers lhes possibilita tanto a compreensão e elaboração de si próprios, quanto do ethos em que atuam de maneira participativa. Esta possibilidade nos leva a acessar a obra de Michel Foucault para investigar as performances dos cosplayers, evocando o conceito da est(ética): quando sujeitos elaboram a ética que guia sua existência através de noções estéticas em que se relacionam consigo mesmo e com o tecido social em que vivem. Assim, nosso estudo busca responder a seguinte pergunta de pesquisa: como cosplayers produzem est(ética)s por meio de suas performances interfandômicas? Nesta articulação, a estética é uma forma de elaborar interacionalmente as éticas que conduzem as práticas de consumo de sujeitos investigados: os cosplayers. Para responder à pergunta de pesquisa, realizamos uma etnografia entre 2019 e 2021 quando coletamos dados através de netnografias, entrevistas etnográficas, etnometodologias virtuais e autoetnografia com cosplayers dispersos geograficamente nos cinco continentes, mas alcançáveis pela convergência e conectividade das redes sociais. Os corpora da pesquisa foram analisados através de uma arqueogenealogia, a metodologia foucaultiana que permite a inferência de éticas que guiam a produção de sujeitos. Tal esforço analítico permitiu a inferência de três est(éticas) cosplay: mercado, fanidade e política. Quando combinadas, estas est(éticas) representam reflexões sobre o arranjo de performances dos cosplayers, os levando a: estabelecer uma cultura de si sobre o que são fãs, agenciar os próprios desejos em sua atuação prossumidora, co-criar experiências de amor às suas relações de consumo e, ainda, articular resistências mútuas em performatividades socioculturais. Enfim, as est(éticas) cosplay elucidam que é possível tanto viver uma vida bela através de práticas de consumo, quanto extrapolar a iterabilidade inerente às performances dos consumidores. Ambos aspectos, quando combinados, dão evidencias de um consumo nômade em que os praticantes criam seus próprios desejos. |