Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
BARROS, Natália Conceição Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11058
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Resumo: |
Mesmo sem controle sobre a vida, alguns sujeitos são perspicazes o bastante para perceberem que podem controlar as narrativas sobre sua vida. Narrativas capazes de gerar representações, nomeações e percepções de sua trajetória para si e para os outros, lhes delimitando e instituindo lugares sociais, políticos e intelectuais. Joaquim Inojosa, com vasta experiência nos campos jurídico, jornalístico e político, emerge nesta pesquisa como um desses hábeis mágicos da palavra e inventores do eu. Entre as décadas de 1960 e 1980, no Rio de Janeiro, por meio de publicações de teor autobiográfico sobre sua atuação na imprensa e dos usos estratégicos da memória de sua participação no Movimento Modernista da década de 1920, construiu redes de sociabilidade e buscou reconhecimento e legitimação intelectual capazes de autorizá-lo a ocupar as Academias Literárias. Construiu-se como Arauto do Modernismo no Nordeste e Polêmico Crítico do Regionalismo, representando o papel de escritor e protagonista da cultura brasileira, identidade associada a sua atuação no Recife no período de 1922 a 1928; Na escrita de seu Diário – Livro Íntimo - mobilizou o lamento, a dor, a percepção e representação da velhice e do pressentimento da morte para representar-se como escritor isolado e incompreendido. Percebemos que procurou manter uma soberania interpretativa sobre sua trajetória. Controle interpretativo exercido na historiografia, circunscrevendo suas experiências à cidade do Recife, e sobre a compreensão de sua trajetória, ao doar o seu acervo para o Arquivo-Museu de Literatura da Fundação Casa de Rui Barbosa. Dialogando com a documentação levantada, propomos uma aproximação das experiências e da construção da escrita de si deste intelectual. Seguindo as travessias da vida, produzidas nos livros e diários deste homem, percorrendo temporalidades e espaços múltiplos, jogando com os tempos de Inojosa, apontamos a complexidade das relações dos intelectuais com a política e a cultura, e os limites das explicações que tentam defini-los. Teoricamente, o objetivo da nossa narrativa é romper com a identidade fixa e com o controle narrativo, instituidores de sentido, pretendendo que as incertezas, dúvidas e inquietações possibilitem o surgimento de outras narrativas, outras práticas, outros lugares e diferentes tempos para o intelectual. Como contribuição, compartilhamos as nossas tentativas de compreender esse intelectual que desestabiliza, com o poder da memória e da palavra, as fronteiras geográficas de sua atuação. Nesta tese, entendemos a História como um território largo, profundo, propício as aventuras, as rotas alternativas, lugar de tudo, inclusive, de recomeço e imprevisibilidade para Joaquim Inojosa. |