Estresse crônico e sua relação com as condições sociais, clínicas e nutricionais de crianças institucionalizadas no município de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVEIRA, Adriana César
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33966
Resumo: O acolhimento institucional é uma medida protetiva, embora seja considerado um evento de vida estressante. Milhares de crianças vivem em instituições de acolhimento no Brasil, entretanto, essa temática é escassamente estudada por pesquisadores da área da saúde. Os poucos estudos publicados demonstram frequências de distúrbios nutricionais maiores que os da população de crianças não institucionalizada. O objetivo desta pesquisa foi verificar a relação do estresse crônico de crianças em regime de acolhimento institucional com suas condições sociais, clínicas e nutricionais. Trata-se de um estudo analítico, realizado na cidade de Fortaleza, Brasil, com 63 crianças institucionalizadas com idade de 1 a 60 meses, entre maio e agosto de 2017. Foram coletadas variáveis sócio-demográficas, clínicas e nutricionais. O cortisol do cabelo foi utilizado para a avaliação do estresse. Para a antropometria utilizou-se os índices peso-para-idade, estatura-para-idade, peso-para-estatura, índice de massa corporal para a idade, perímetro cefálico-para-a-idade, perímetro torácico e a circunferência do braço, que foram expressos em escore-z. Para a classificação do estado nutricional utilizou-se o software Anthro v3. 2.2.(2006). Avaliou-se o consumo alimentar e a frequência de cárie e anemia. O estudo foi realizado em cinco instituições de acolhimento institucional. As análises laboratoriais do cortisol foram feitas pelo método de imunoensaio (ELISA). Foi observada ausência de informações importantes sobre as famílias e os antecedentes perinatais das crianças. O principal motivo para o acolhimento das crianças nas instituições foi a negligência (47,6%). A doença mais frequente foi a asma (11,1%). Verificou-se que 29 crianças faziam uso de corticoides. A amostra apresentou elevada frequência de baixa estatura (22,2%) e anemia (22,2%). A frequência de cárie foi de 9,4%. Os valores do cortisol variaram de 0,93pg/mg a 391,29pg/mg, e a mediana foi 6,17pg/mg. Apresentaram maiores médias de cortisol os doentes (p=0,012), os hospitalizados após a entrada nas instituições (p=0,001), e aqueles que não consumiam feijão com frequência (p=0,007). A maioria das crianças estava saudável e eutrófica. O consumo alimentar revelou hábitos não saudáveis na maioria da amostra. Algumas crianças apresentaram concentração de cortisol abaixo dos valores encontrados na literatura, sugerindo hipocortisolismo.