“Eu não sou negra, sou morena, sou marrom” : a construção da identidade negra das crianças e as memórias de professoras e professores sobre a infância no espaço escolar, nos anos iniciais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BRITO, Mayara Cristina Gomes de
Orientador(a): LIMA, Marta Margarida de Andrade
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48587
Resumo: Por que ensinar História na perspectiva da educação antirracista para os/as estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental é importante na construção de identidades negras positivas? Esta foi a problemática que deu início à pesquisa, intitulada: ―eu não sou negra, sou morena, sou marrom‖: a construção da identidade negra das crianças e as memórias de professoras e professores sobre a infância no espaço escolar nos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo do trabalho foi analisar como tem sido construído, ao longo do tempo, o reconhecimento e a aceitação das crianças com relação à sua identidade negra nos anos iniciais do ensino fundamental na escola pública do estado de Pernambuco, bem como refletir de forma propositiva, como as aulas de História, em sua interdisciplinaridade com os demais saberes escolares, e a partir da perspectiva de educação antirracista, podem atuar na construção de identidades negras positivas. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa de natureza qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas, utilizando elementos da metodologia da história oral, com posterior transcrição e análise dos relatos coletados. No aporte teórico lançamos mão do referencial dos estudos decoloniais que problematizam a temática da identidade negra e da perspectiva antirracista; e de fontes documentais como o conjunto da legislação que embasa as diretrizes para a educação, história e cultura africana e afro-brasileira e relações étnico-raciais no Brasil. Como produto didático, que compõe esta dissertação, desenvolvemos um conto infantil, baseado na memória de uma das professoras entrevistadas. Os resultados da pesquisa mostram que a maioria das/os professoras/es entrevistadas/os consideram que as mudanças ainda são pouco expressivas no ambiente escolar em relação ao reconhecimento e aceitação das crianças com a sua cor/raça preta/negra. Por outro lado, também foi considerado que através de práticas de ensino, com abordagens antirracistas, de forma embasada, contínua e problematizadora, as crianças tiveram condições de dialogar e vivenciar diferentes questões raciais na escola, especialmente, nas aulas de História, capazes de romper com o silenciamento em relação situações de racismo ou reprodução do mesmo. Com isso, as/os estudantes passaram a se reconhecer, de forma positiva, enquanto pessoa negra e a valorizar os seus traços identitários, além de se envolverem em uma educação pautada na diversidade social, racial e cultural na qual é formada a sociedade brasileira.